15.5.11

A Rua é Nossa! - Manifestação em Lisboa e Coimbra (15 de Maio). Todos à rua, porque não somos mercadoria nas mãos dos políticos e banqueiros






Foi convocada para hoje,  15 de Maio,  em Lisboa,  uma manifestação de protesto sob o lema «Democracia verdadeira, já!», e cuja iniciativa partiu de Espanha mas que se ampliou por vários países como a França, Bulgária, Estados Unidos, México e Turquia.

NÂO SOMOS MERCADORIA NAS MÃOS DE POLÍTICOS E BANQUEIROS

«Queremos uma mudança e um futuro digno!

Os estudantes, os estagiários, os trabalhadores, os desempregados, os mal remunerados, os subcontratados, os precários, os intermitentes, os reformados, os pensionistas… enfim, todos nós estamos fartos de reformas anti-sociais que nos deixam desempregados, cansados dos bancos que provocaram a crise nos subam as hipotecas ou fiquem com as nossas casas, indignados por nos imporem leis que limitam a nossa liberdade em benefício dos poderosos. Responsabilizamos os poderes políticos e económicos pela nossa situação precária e exigimos uma mudança de rumo.

Reiteramos que não pactuaremos com actos e atitudes de violência, xenofobia, preconceito e/ou racismo. Não nos identificamos com tais actos e atitudes e faremos todos os esforços para que este seja um protesto criativo, pacífico, e impossível de ignorar.

Convidamos todos os que se sentem ultrajados pela situação actual, todos os que pensam que podemos mudar, todos os que acreditam que podem contribuir para a mudança, a juntarem-se a nós.
A mudança está nas nossas mãos, nas nossas vozes, nas nossas acções.

A 15 de Maio, A Rua é Nossa…
Juntos, temos mais Força.

Convocamos todos a sair à rua no dia 15 de Maio pela 16h, sob o lema
“Democracia Verdadeira, Já!

A RUA É NOSSA!»

Em Lisboa esperamos que venham animados, cheios de espírito de mudança e de respeito mútuo. O programa é este:

A partir das 16h00 – Concentração no Marquês de Pombal
· 17h00 – Início da manifestação, rumo à Av. da Liberdade
· Descida da Av. da Liberdade e chegada ao Rossio
· Continuação da marcha em direcção ao Terreiro do Paço, Ministério das Finanças.
· Chegada ao destino segue-se uma pequena intervenção por parte de um dos elementos coordenadores, introduzindo temas pertinentes e iniciando a abertura do da participação de diferentes pessoas.
· Intervenções dos representantes dos diferentes movimentos/grupos sociais participantes, com espaço aberto a todos os que queiram fazer uma comunicação.
· 20h00 – Dispersão dos intervenientes



Manifesto

Somos pessoas comuns. Somos como vocês: pessoas que se levantam todos os dias para estudar, trabalhar ou procurar um emprego, pessoas que têm família e amigos. Pessoas que trabalham arduamente todos os dias para proporcionar um futuro melhor a todos aqueles que nos rodeiam. Alguns de nós consideram-se sonhadores, outros não. Alguns de nós têm ideologias bem definidas, outros são apartidários, mas todos estamos preocupados e revoltados com o panorama político, económico e social que percepcionamos: corrupção entre os políticos, empresários e banqueiros, deixando-nos desamparados, sem voz.

Esta situação tornou-se normal, um dia-a-dia sofrido, sem qualquer esperança. Mas, se juntarmos forças, podemos mudá-la.

Está na altura de mudar as coisas, de juntos construirmos uma sociedade melhor. Assim, defendemos que:
As prioridades de qualquer sociedade avançada têm de ser a igualdade, o progresso, a solidariedade, a liberdade cultural e o desenvolvimento sustentável, o bem-estar e a felicidade das pessoas.

O direito à habitação, ao emprego, à cultura, à saúde, à educação, à participação política e ao livre desenvolvimento pessoal e o acesso aos direitos do consumidor com vista a uma vida saudável e feliz – estas são verdades inalienáveis que devem ser respeitadas na nossa sociedade.

Os nossos actuais governo e sistema económico não têm em consideração estes direitos, e em muitos casos transformam-se num obstáculo ao desenvolvimento humano.

A democracia pertence às pessoas (demos = povo, krátos = governo), o que significa que o governo é feito por e para cada um de nós. De qualquer forma, tanto em Portugal como nos restantes países europeus, a maior parte da classe política nem sequer nos ouve. Os políticos deviam dar-nos voz nas instituições, facilitando, assim, a participação política dos cidadãos através de canais directos que possam garantir o maior benefício para uma sociedade abrangente; e não obter riqueza e prosperidade à nossa custa, sustentando apenas uma ditadura dos maiores poderes económicos.

A sede de poder e a sua concentração numa minoria criam desigualdades, tensões e injustiças, que levam à violência – a qual rejeitamos. O modelo económico obsoleto e artificial alimenta a máquina social numa espiral crescente que se consome a si própria, enriquecendo uns e atirando os restantes para a pobreza. Até ao colapso.

O objectivo do sistema actual é a acumulação de dinheiro, não olhando nem à eficiência nem ao bem-estar da sociedade, desperdiçando recursos, destruindo o planeta, criando desemprego e consumidores insatisfeitos.

Os cidadãos são os motores de uma máquina concebida para enriquecer uma minoria que não tem em consideração as nossas necessidades básicas. Somos anónimos, mas sem nós nada disto existiria. Somos nós que fazemos mover o mundo.

Se, como sociedade, aprendermos a não confiar o nosso futuro a uma economia abstracta, que nunca dá em troca benefícios para a maioria, podemos erradicar os abusos que todos sofremos.

Precisamos de uma revolução ética. Em vez de colocar o dinheiro acima dos seres humanos, devíamos voltar a colocá-lo ao nosso serviço. Não somos só aquilo que compramos, o motivo porque compramos e a quem compramos. Somos pessoas, não produtos!

Por tudo isto, sentimo-nos ultrajados.
Pensamos que podemos mudar.
Pensamos que podemos ajudar.
Sabemos que, juntos, conseguimos!










Sessão sobre comércio justo e consumo responsável na Casa da Horta ( 19 de Maio; às 21h30)




No próximo dia 19 de Maio na Casa da horta realizar-se-á uma sessão sobre o comércio justo e consumo de produtos biológicos.

A sessão vai ter inicio a partir das 21h30.
Esta sessão faz parte dum ciclo de conferências sobre consumo responsável. Os 2 conferencistas da sessão do dia 19 na Casa serão Pedro Jorge Pereira e Mónica Truninger.


O programa total do ciclo de conferências do comercio justo pode ser visto aqui.

Feira do livro anarquista 2011 / Anarchist Bookfair in Lisbon 2011 - dias 20,21 e 22 de Maio


Feira do Livro Anarquista - 20,21,22 de Maio
Local:  Da.Barbuda, Largo da Severa nº8, à Mouraria,  Lisboa

A Feira do Livro anarquista, na sua 4ª edição de 20 a 22 de Maio, cria uma vez mais espaço para a divulgação das ideias anarquistas a partir dos livros e das publicações, levando a debate as ideias e análises sobre questões que nos assaltam a vida em tempos de guerra social.

Dedicamos um dos dias à crítica do desenvolvimento que o capitalismo e o Estado tentam impor. Partindo dos seus projectos e das suas investidas contra a Natureza e os locais onde vivemos, queremos discutir formas de travar esse desenvolvimento e passarmos nós ao ataque.

Noutro dia questionamos as recentes manifestações de descontentamento nas ruas reflectindo sobre os caminhos que nos poderão levar a uma ruptura com o Estado e com a economia. Duas questões que, embora separadas, se cruzam inevitavelmente.

Procuramos estimular a luta, a solidariedade e a reflexão como formas de combate às várias faces da autoridade



Rebeldes contra o futuro? 200 anos depois do ludismo. - debate promovido pela Unipop na Casa da Achada ( 20 de Maio, às 21h30)

Debate REBELDES CONTRA O FUTURO? 200 ANOS DEPOIS DO LUDISMO

Local: Casa da Achada
R. da Achada, n.º 11, Mouraria, Lisboa

20 de Maio, às 21h30

organização: UNIPOP e revista imprópria

com a participação de:
José Luís Garcia
Gualter Baptista
José Neves

Entrada livre

Há duzentos anos atrás, durante o período da primeira Revolução Industrial em Inglaterra, emergia um movimento de artesãos têxteis que se opunha à  introdução de maquinaria nos processos de trabalho.

No âmbito de processos de industrialização que introduziriam alterações profundas nos seus modos de vida e deixariam sem trabalho os artesãos mais qualificados, o termo ludita cunhou um movimento que se inspirava em Ned Ludd, também conhecido por General Ludd. Embora não se saiba ainda hoje se Ludd foi ou não mais do que uma personagem mítica, a sua figura ficou associada à destruição de duas máquinas de tricotar na fábrica onde trabalharia, em resposta a uma repreensão patronal. Não obstante o movimento ludita ter sido desencadeado por artesãos, o termo «ludita» foi desde então retomado na crítica ao culto da tecnologia, do trabalho e do progresso.

A Unipop e a revista Imprópria organizam um debate que discutirá a história do movimento ludita, os movimentos contemporâneos de acção directa contra a modernização capitalista – entre outros, movimentos antinuclear, de oposição à agricultura transgénica ou à patenteação de sementes – e os limites da ideia de progresso.