6.9.10

O astrofísico Stephen Hawking é peremptório: deus não criou o universo



No seu novo livro, o astrofísico Stephen Hawking defende que não há lugar para Deus nas teorias do universo e que este é fruto de um feliz acaso

"Não há lugar para Deus nas teorias da criação do universo." A frase contundente aparece no novo livro do físico Stephen Hawking, The Grand Design, em que o britânico defende que é provável que o universo tenha nascido do nada.

Apesar de um dia ter afirmado que a existência de um criador não era incompatível com a ciência, na sua nova obra – a ser lançada na quinta-feira - o físico mais famoso da Grã-Bretanha e de todo o mundo conclui que o big bang é uma consequência inevitável das leis da física e nada mais.

"A criação espontânea é a única explicação para a existência do universo", afirma Hawking no livro, explicando que o universo não precisou de um deus para ser criado, ao contrário daquilo em que acreditava Sir Isaac Newton, que defendia que o universo não poderia ter nascido apenas do caos.
"Isto faz parte das coincidências da nossa condição planetária - um único Sol, a feliz combinação na distância entre o Sol e a Terra e a massa solar - menos notável e muito menos convincente do que a Terra foi cuidadosamente desenhada apenas para agradar aos humanos", argumentou, citando a descoberta, feita em 1992, de um planeta que orbitava uma estrela além do Sol. "Por haver uma lei como a da gravidade, o universo pode e irá criar-se do nada", acrescentou.

Para Stephen Hawking, a "criação espontânea é a razão por que há algo em vez do nada, porque o universo existe por nós existimos. Não é preciso invocar Deus para causar excitação e pôr o universo a funcionar".

O livro The Grand Design foi co-escrito com o físico norte-americano Leonard Mlodinow e é aguardado com expectativa pela comunidade científica. Em 1988, ano em que saiu o seu best-seller Uma Breve História do Tempo, Stephen Hawking parecia aceitar o papel de Deus na criação do universo: "Se descobrirmos uma teoria completa, esse será o derradeiro triunfo da razão humana - e por isso devemos conhecer a mente de Deus", escreveu na altura.


Sapatos e Ovos contra o criminoso de guerra Tony Blair em visita a Dublin








Entrevista à activista Kate O'Sullivan que no passado dia 4 de Setembro tentou deter Tony Blair, quando este compareceu ao lançamento de um seu livro numa livraria em Dublin. Infelizmente a polícia irlandesa preferiu deter temporariamente aquela cidadã em vez de prender o reconhecido crimioso de guerra ex-primeiro ministro britânico, Tony Blair.


Lisboa precisa de espaços autónomos


A gentrificação e a especulação imobiliária, levando ao aumento das rendas, constituem uma das principais ameaças a projectos emancipatórios que constroem alternativas ao capitalismo. A cidade de Lisboa é vítima destes processos, preenchendo-se cada vez mais com escritórios, bancos, sedes de grandes empresas e condomínios privados. Nos antípodas da cidade estéril e corporativa que os especuladores promovem encontram-se os espaços autónomos. Recentemente, Lisboa foi privada de vários espaços autónomos, tais como o Grémio Lisbonense, a Crew Hassan ou o Centro Social do GAIA na Mouraria. O despejo ou encerramento destes espaços constituem um ataque não só a quem desenvolve projectos nestes espaços, mas a também a todo o movimento social e cultural da cidade.

As geografias autónomas podem ser definidas como "espaços onde há um desejo de constituir uma forma de política, identidade e cidadania não-capitalista e colectiva, que se desenvolve a partir de uma combinação da resistência e criação e do questionamento e desafio das leis e normas sociais dominantes" (
http://www.autonomousgeographies.org/ ).

Estes espaços, fora da lógica especulativa do mercado, permitem e incentivam o confronto de ideias e a criação livre. São espaços onde os sonhos de cada um podem ser trabalhados, articulados e experimentados, sem o peso da burocracia e as limitações criadas pelo sistema monetário aos estratos sociais menos privilegiados.

A Câmara Municipal de Lisboa pouco ou nada tem feito para promover o uso de edifícios devolutos, os quais poderiam dinamizar a cidade quando transformados em espaços emancipatórios auto-geridos. Pelo contrário, tem apoiado a lógica da especulação imobiliária, como no caso do Grémio Lisbonense, onde foi complacente com as manipulações legais do proprietário para desalojar uma associação centenária com vista a instalar um hotel de luxo. Com Santana Lopes, construiu um parque de estacionamento para desalojar a Kasa Enkantada e com Carmona Rodrigues desalojou a okupa da rua do Passadiço.

Contudo, experiências recentes como a Severa, o Regueirão dos Anjos ou a Terra de Ninguém, bem como a
tentativa de encontrar um novo espaço para o Centro Social do GAIA, constituem exemplos de como, apesar das dificuldades, a mercadoria não consegue invadir todas as esferas da vida. Mesmo no seio da sociedade capitalista, é possível construir espaços onde os seus princípios são substituídos pela solidariedade, cooperação e horizontalidade entre pessoas.

Um pouco por todo o mundo, multiplicam-se as lutas em defesa dos espaços autónomos. Alguns casos incluem os centros sociais okupados
Køpi 137 em Berlim, ou o Can Masdeu em Barcelona, muitas das quais atingem dimensões transnacionais, num contexto global de luta contra a precariedade e contra a opressão dos movimentos sociais.

Fonte:
http://pt.indymedia.org/conteudo/editorial/2248


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GAIA Lisboa precisa de sede



O núcleo de Lisboa da associação GAIA (Grupo de Acção e Intervenção Ambiental) procura um novo espaço para a associação! Nos últimos três anos o GAIA contou com um espaço na Mouraria, alugado ao GDM (Grupo Desportivo da Mouraria), onde desenvolveu um projecto de um centro social e ambiental onde se desenvolveram diferentes actividades, abertas a todos: biblioteca, horta popular, jantares populares, grupo de teatro, núcleo de línguas, centro de explicações, filmes, debates, oficinas, educação ambiental, loja grátis, entre outros.

No entanto, com a recente mudança de direcção do GDM, o panorama alterou-se e a nova direcção diz que precisa de mais espaço para estender as modalidades desportivas, o que inclui recuperar as salas que o GAIA alugava, tal como o escritório, a sala de reuniões, a biblioteca e a loja grátis.

Assim sendo estamos à procura de um novo espaço para o GAIA, incluindo um escritório e, na situação ideal, um espaço mais amplo com condições para assegurar as actividades do GAIA. Estamos dispostos a negociar os requisitos deste espaço e estamos também abertos a partilhar espaços com outras associações, com vista a poupar recursos e ao mesmo tempo criar as sinergias necessárias para a construção de um movimento social mais forte.

Lisboa precisa de espaços sociais não formatados, de espaços livres para criar pensamento, modos de vida mais participativos, activos e justos. O GAIA pretende activar-se dentro destes espaços! Activa-te também: vem criar espaço livre!

Espalha a mensagem entre os teus contactos!


Para mais informações, contactar:
lisboa@gaia.org.pt

Activismo social através da convivialidade comensal: comida e política numa zona temporária vegana


Tese de Mestrado sobre Activismo social através da convivialidade comensal: comida e política numa zona temporária vegana (Activism through Commensality: Food and Politics in the Temporary Vegan Zone)

Para consultar a tese de Mestrado: ver AQUI


Excerto inicial de apresentação da tese escrita:

Os problemas actuais do sistema alimentar global de produção, distribuição e consumo industrial de carne e o seu impacto nocivo no meio ambiente levaram investigadores e instituições como a FAO a concluir que a ingestão de menos carne e a adopção de uma dieta alimentar vegetariana – ou mesmo «vegana»1 – reduziria o impacto das emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE).

Do ponto de vista temático, o presente estudo etnográfico/dissertação tem como base o trabalho de campo que efectuei em 2009, observando e participando, ao longo de quatro meses, nas actividades de um grupo de activistas ambientais sediado em Lisboa. O estudo teve como objecto o «Jantar Popular»2 (JP) que o GAIA – Grupo de Acção e Intervenção Ambiental, uma ONGA3 – faculta todas as quintas-feiras, à excepção do mês de Agosto.

Esta organização pretende a mudança social através de «acções directas», de que o JP é exemplo, propondo a alternativa de uma dieta alimentar «vegana» como estratégia política para contrariar as pressões do sistema alimentar global corporativo relativamente à nossa dieta alimentar. No JP, o GAIA encontrou a ferramenta perfeita para exercer activismo político através da comensalidade. Quando as pessoas comem juntas, comungam em torno da comida.
Ora, quando a comida servida se relaciona com as tendências económicas, políticas e sociais ao nível global, a refeição torna-se um ritual de consumo, o qual, por sua vez, se torna um acto político. Por outras palavras, durante o JP, o «comedor»4 estabelece laços e cria afinidades com os outros através da comida. Embora óbvia, nem sempre se tem consciência desta função de comensalidade, mas a verdade é que o mero acto de comer em conjunto é a ferramenta ideal para pôr em prática políticas alimentares ambientais.

Paralelamente, o JP torna-se uma Zona Vegana Temporária (ZVT), na senda da «communitas» de Victor Turner, ou seja, como lugar onde as pessoas podem transcender a sua experiência quotidiana da alimentação.

Em suma, esta dissertação aborda o Jantar Popular na sua vertente de refeição ritualizada em que a comida exprime as escolhas políticas e culturais em termos de dieta alimentar dos participantes, desenvolvendo e reforçando simultaneamente a noção de que estes comungam de uma mesma crença.

O termo «vegano/a», traduzido directamente do Inglês (vegan) refere-se a um estilo de vida e a uma dieta alimentar que implica o não consumo de produtos ou alimentos provenientes de animais vivos ou mortos (carne, lã, pele, mel, leite, ovos, por exemplo). Apesar de a palavra não ter sido ainda oficialmente adaptada à grafia e à fonética portuguesas, optou-se pelo termo que a organização objecto de estudo neste trabalho (GAIA) utiliza .

Marinaleda - Uma aldeia andaluza que é um modelo de cooperação e de autogestão contra todos os centralismos

Marinaleda = 2600 habitantes,
Marinaleda= 0 banqueiros
Marinaleda = 0 Promotores imobiliários
Marinaleda = 0 Especuladores
Marinaleda = 0 polícias
Marinaleda = 0 desempregados


O município de Marinaleda tem uma longa tradição de luta travada pelos jornaleiros rurais o que explica o actual modo de vida existente naquela comunidade andaluz.
Em Marinaleda não há desemprego, nem guarda municipal, nem muito menos pároco.
Marinaleda está governada desde 1979 pelo Colectivo de Unidad de los Trabajadores - Bloque Andaluz de Izquierdas (CUT), partido de esquerdas e andalucista. No ano de 1986 o CUT, juntamente com outras organizações, criaram a Izquierda Unida, movimento que desde então governa o municipio.

http://www.marinaleda.com/inicio.htm




Marinaleda - Uma aldeia andaluza que é um modelo cooperação e de autogestão
por Mohamed Belaali

"Avenida da Liberdade", "Rua Ernesto Che Guevara", "Praça Salvador Allende, "Paz, Pão e Trabalho", "Desliga a TV, acende a tua mente", "Uma utopia rumo à Paz", etc são os nomes de ruas, de praças e dos slogans de uma aldeia andaluza não longe de Córdoba e de Sevilha que o visitante estrangeiro descobre no fim de uma estrada sinuosa em meio a campos de oliveiras, de trigo cortado e seco ao sol.

A rua principal da pequena aldeia com cerca de 3000 habitantes conduz directamente ao ayuntamiento dirigido por Juan Manuel Sánchez Gordillo, que ganhou todas as eleições por uma ampla maioria e isto desde há mais de trinta anos.

Juan Manuel é um homem simples que recebe os visitantes no seu gabinete, que ostenta um grande retrato de Ernesto Che Guevara, espontaneamente e naturalmente sem agendamento nem protocolo. Ele não hesita em deixar o seu gabinete para mostrar as casas brancas situadas em frente ao edifício e construídas colectivamente pelos próprios habitantes em terras oferecidas quase gratuitamente (15,52 euros por mês) pela comuna. Esta põe igualmente à sua disposição a ajuda de um arquitecto e de um mestre-de-obras. A região contribui com o grosso do material de construção. Promotores imobiliários, especuladores e outros parasitas não têm aqui lugar. A habitação deixa assim de ser uma mercadoria e torna-se um direito.

Juan Manuel fala com entusiasmo e orgulho das numerosas realizações dos habitantes do seu município, com números e gráficos para confirmar.

O empregado do café "La Oficina", um pouco afastado do ayuntamiento, relativiza um pouco as afirmações daquele dirigente mas confirma, no essencial, os avanços sociais da aldeia, nomeadamente a concessão dos terrenos àquelas e àqueles que precisam de uma habitação, primeira preocupação dos espanhóis. Ele confirma também a ausência total da polícia, símbolo da repressão estatal. Com efeito, os habitantes não experimentam qualquer necessidade de recorrer aos seus "serviços". Aqui os problemas de criminalidade, de delinquência, de vandalismo, etc estão ausentes. Eles pensam gerir e resolver eles próprios os problemas que possam surgir entre si. De qualquer forma, desde a partida para a reforma do último polícia, não consideraram útil substituí-lo.

Frente ao "La Oficina" ergue-se um edifício sobre o qual se pode ler "Sindicato de Obreros del Campo" e "Casa da Cultura". Mas esta grande sala serve igualmente como café, bar e restaurante. É um lugar de inter-relacionamento, debates, festa e convivialidade. É ali também que se encontram, a partir da madrugada, os trabalhadores agrícolas para um pequeno-almoço colectivo antes de partirem juntos para uma jornada de trabalho de 6h30 nos campo de "El Humoso", a 11 quilómetros da aldeia.

Esta terra andaluza, hoje trabalhada colectivamente, é testemunha de um passado carregado de acções, ocupações, manifestações, greves, marchas e processos nos tribunais. E é graças a esta luta muito dura e realmente popular que esta terra (1200 hectares) foi arrancada a um aristocrata da região, o Duque do Infantado. Nesta Andaluzia profunda as mulheres, apesar dos pesos sociais e dos preconceitos, desempenharam um papel determinante neste combate para que a terra pertença àquelas e àqueles que a trabalham.

Hoje "estas terras não são a propriedade de ninguém e sim de toda a comunidade de trabalhadores", como dizem os habitantes da aldeia.

Mas para estes operários, não se trata apenas de recuperar as terras, mas também de construir "um projecto colectivo no qual um dos objectivos é a criação de empregos e a realização da justiça social".

Foi assim que nasceu o conjunto das cooperativas que produzem e distribuem uma série de produtos agrícolas de grande qualidade que exigem ao mesmo tempo uma mão-de-obra abundante: azeite, conservas de alcachofras, pimentão vermelho, favas, etc. Os produtores directos destas riquezas trabalham de 2ª feira a sábado com um remuneração diária de 47 euros, qualquer que seja o seu posto ou seu estatuto. O excedente que resta é re-investido na empresa comum na esperança de criar mais empregos e permitir assim que todos trabalhem conforme o seu projecto colectivo. Eles tentam por a economia ao serviço do homem e não ao serviço do lucro. O desemprego aqui é quase inexistente, ao passo que ultrapassa os 25% da população activa na Andaluzia e 20% em toda a Espanha!

Em "El Humoso" as operárias e os operários falam com uma certa emoção da sua cooperativa, do seu trabalho, dos seus produtos, da solidariedade e da convivialidade que reinam entre eles. Mas evocam igualmente o temor de ver a sua unidade estalar por causa dos seus inimigos que pensam ser numerosos na região e mesmo em toda Espanha. Nos seus relatos revela-se muita convicção e muita humanidade.

Manolo, um operário da cooperativa, fala com carinho, como se se tratasse de uma pessoa, da máquina de extrair o azeite da azeitona, de que ele cuida. Não hesita em explicar o seu funcionamento, a manutenção de que precisa, etc a todos os visitantes. Fala igualmente com respeito do seu companheiro de luta, o presidente Juan Manuel que considera como "el ultimo" desta categoria de homens capazes de arrostar um tal desafio e de conjugar num mesmo movimento pensamento e prática. Manolo evoca também a vida ascética do autarca da aldeia, as prisões e as perseguições judiciais que sofreu e o atentado do qual escapou. Com insistência, Manolo convida o visitante a retornar à cooperativa no mês de Dezembro ou Janeiro para admirar o trabalho de extracção do azeite.

Mas na aldeia não há nem hotel nem pensão para uma eventual estadia. Entretanto, a municipalidade põe graciosamente à disposição dos visitantes pavilhões os quais podem igualmente, se quiserem, partilhar o alojamento de alguns habitantes por uma quantia simbólica como em casa de António na avenida principal da aldeia. António acolhe calorosamente seus convidados com os quais gosta de falar da originalidade da sua aldeia e parece feliz por viver ali: "agora, dizia ele, vivemos em harmonia aqui".

Vivem igualmente em harmonia com os habitantes da aldeia os trabalhadores imigrdos, também eles contratados pela cooperativa de "El Humoso". Segundo diz o empregado do café da delegação sindical estes homens e mulheres fazem parte integrante da comunidade dos trabalhadores e participam como os outros nas decisões tomadas em assembleias-gerais. Com efeito, estas famosas assembleias fazem-se numa grande sala junto à delegação sindical onde ao lado das cadeiras brancas de plástico há toda espécie de louça e de toalhas armazenadas, provavelmente à espera de uma próxima festa popular. A sala é também ornamentada por um imenso e esplêndido quadro no qual se podem ver homens e mulheres em linhas cerradas antecedidos por dois homens e uma mulher com uma criança nos braços, todos a marcharem para a mesma direcção. "Hoje às 20h30, assembleia-geral na delegação sindical", diz a menagem difundida incansavelmente por uma camioneta que percorre todas as ruas da aldeia, convidando os habitantes à reunião para decidir os seus assuntos.

Eles organizam também os chamados "Domingos vermelhos" em que voluntários encarregam-se gratuitamente, entre outras coisas, de limpar e embelezar a sua comuna: manutenção dos passeios e jardins públicos, plantação de árvores, etc. A aldeia é não só uma das mais seguras como também a mais limpa da região!

A aldeia é relativamente rica em equipamentos colectivos em comparação com as comunas vizinhas. Os habitantes podem banhar-se durante todo o Verão na piscina municipal pela módica quantia de três euros. O infantário para crianças não lhes custa senão 12 euros por mês, refeições incluídas. O complexo desportivo "Ernesto Che Guevara", bem conservado, permite-lhes que pratiquem vários desportos como futebol, ténis ou atletismo.

Durante o Verão, os habitantes assistem regularmente à projecção de filmes ao ar livre no parque natural. Debates, conferências, filmes e apoio aos povos oprimidos, nomeadamente aqueles que estão injustamente privados do seu território, fazem parte da vida cultural e política da aldeia. Juan Manuel usa muitas vezes, ostensivamente, o lenço palestino.

O desporto, a cultura, as festas etc são direitos abertos a todos, tal como o trabalho e a habitação. O desenvolvimento tanto material como intelectual de cada indivíduo é, aqui, a condição do desenvolvimento de todos.

Vá a Marinaleda ver e verificar a realidade desta "utopia". Vá ao encontro destes homens e destas mulheres admiráveis que conseguiram construir, graças ao seu trabalho diário e às suas convicções – e em meio a um oceano de injustiças, desgraças e servidão – uma sociedade diferente. O capitalismo, pelas suas crises repetitivas e o perigo que representa para o homem e a natureza, não tem futuro. O exemplo concreto e com êxito de Marinaleda mostra que uma outra sociedade é possível.
Fonte:

XXIV Festival da Poesia no Condado (4 de Setembro de 2010) em Salvaterra de Minho



http://www.scdcondado.org/index.htm



Poesia dita




XXIV Festival de poesia do Condado com música portuguesa