18.4.10

O património rural é o tema deste ano do dia Internacional dos Monumentos e Sítios que é assinalado hoje (18 de Abril)

Hoje, dia 18 de Abril, comemora-se o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, tendo o ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios - ver: http://icomos.fa.utl.pt/ ; http://www.icomos.org/) designado como tema a celebrar, no presente ano, o Património associado à actividade agrícola e ao mundo rural em geral.


O ICOMOS-Portugal em associação com o IGESPAR colabora na organização de mais de 400 iniciativas por todo o país, consulte o
Programa Geral (aqui em PDF).


A abertura oficial do dia ocorrerá em Peso da Régua, no Museu do Douro, com o Encontro PATRIMÓNIO RURAL:TERRITÓRIO E PAISAGEM COMO RECURSO CULTURAL, seguido de uma Visita guiada a Ucanha e Persegueda.


O encerramento ocorrerá em Monsaraz no:: ENCONTRO ARTE E PATRIMÓNIO: RURALIDADES, CIÊNCIA E ARTE NAS TERRAS DE MONSARAZ, onde vamos recriar o ciclo da lã, com instalações e performances, almoço livre no patio do Monte do Barrocal, seguido de uma sessão de conversas e estórias escolhidas, no antigo lagar de azeite SEM-FIM, sobre o património rural, uma conversa entre Catedráticos, Prémios Pessoa, ganaderos, apanhadores de espargos, túberas e cilarcas, ouvindo os que ainda constroem diariamente o nosso património rural e os outros, aqueles que o estudam e investigam.


Seguem-se passeios a pé ao fim da tarde, em percursos do imaginário, caminhos propostos pela ADIM e baseados nas lendas e estórias locais, passeando entre menires e no romanzal, na rocha da noiva ou em Santa Catarina, apanhando laranjas nos Reboredos.
Tudo ali à volta só para fazer fome para o jantar, livre e com marcação prévia, no Lagar de Azeite/Restaurante SEM FIM, no Telheiro, ouvindo o Grupo Coral de Monsaraz, homens vestidos de fato domingueiro, bem dispostos que gostam de conversa e cante à volta de um ou vários copos de vinho, pão e queijo; apreciando as obras do escultor Gil Kaaliswart feitas a partir de peças ligadas ao património rural.

Organização: ICOMOS-Portugal, em conjunto com a Direcção Regional da Cultura do Alentejo, o Festival Escrita na Paisagem, e a ADIM. Apoios: Monte do Barrocal, Restaurante SEM-FIM, Município de Reguengos de Monsaraz, Município de Viana do Alentejo, Jornal Palavra, Rádio RC Alentejo (obtenha aqui o PROGRAMA EM PDF).


Consultar ainda:


São trabalhadores precários que fazem o trabalho sujo e mais perigoso nas centrais nucleares

As centrais atómicas francesas recorrem a trabalhadores precários, frequentemente sem residência fixa, empregados nas tarefas mais arriscadas e mais expostas às radiações: "Chamam-lhes 'jumpers', os que mergulham para dentro do reactor. Ou nómadas do nuclear", lê-se no Alias, o suplemento semanal do diário italiano Il Manifesto.

Empregados por subcontratantes da EDF, GDF-Suez ou Areva, as empresas que gerem as centrais, "incorporam 80% das doses colectivas anuais de radiações ionizantes produzidas pelo parque nuclear francês".

A revista explica que a doutrina do “risco zero” em matéria de protecção das radiações foi progressivamente abandonada, trocada pela muito mais leve ALARA (As Low As Reasonably Acceptable, o mais baixo razoavelmente aceitável).

Vários destes "nómadas nucleares" apresentaram queixa contra os seus empregadores devido às consequências da sua exposição às radiações; mas não tiveram seguimento, porque a prescrição para os acidentes do trabalho no domínio nuclear é de dez anos, "o tempo de incubar a doença e de ocultar as causas que a provocaram", sublinha o Alias.

http://www.ilmanifesto.it/

http://www.globalproject.info/it/community/Le-scorie-umane-del-nucleare-alla-francese/4353

http://www.iotaproduction.com/content/view/105/54/lang,fr/

Documentário “RAS – Nucléaire. Rien à signaler, sur les travailleurs précaires du nucléaire” (RAS – Energia nuclear. Nada a assinalar sobre os trabalhadores precários da energia nuclear)

















O lixo nuclear tornou-se segredo de Estado na Eslováquia !!!


“O lixo e os detritos nucleares tornaram-se um segredo”, titula o SME ( jornal eslovaco), depois do Parlamento eslovaco ter votado, a 9 de Março, uma nova lei que classifica como “confidenciais” as informações sobre energia nuclear.

“As pessoas não terão a possibilidade de saber se um centro de armazenamento de detritos ou uma central estão em conformidade com as regras de segurança”, escreve o diário de Bratislava, manifestando a sua preocupação.


O SME ouviu os deputados da oposição, para quem uma tal dissimulação “contraria a Constituição e a legislação europeia”.


Os deputados da coligação governamental não deram nenhuma explicação àquilo que um politólogo qualifica como “violação dos direitos ambientais dos cidadãos”.

Todavia, afirma o jornal, brevemente deverá ter lugar o debate sobre a construção das terceira e quarta fases da central de Mochovce.

Outra hipótese que explica esta lei: o centro europeu de armazenamento de detritos nucleares, actualmente em fase de projecto, poderá vir a ser instalado na Eslováquia.


Fonte: aqui

O grande bluff nuclear (a propósito da construção em Olkiluoto, Finlândia, da 1ª central nuclear na Europa depois da catástrofe de Tchernobil)


O reactor nuclear EPR em construção na central de Olkiluoto, na Finlândia


Atrasos, custos inflacionados, erros de construção: o novo reactor de Olkiluoto, na Finlândia, devia ser o florão da indústria nuclear europeia, mas concentra defeitos e põe em causa o futuro do ramo.

Um dos centros mais decisivos para os desafios energéticos do futuro é a terceira central nuclear de Olkiluoto, de 3 mil milhões de euros, a primeira construída no continente desde o terrível acidente de Chernobil, em Abril de 1986.
Para a empresa francesa Areva, líder mundial em energia nuclear civil, não se trata apenas de um grande projecto, mas do símbolo de uma nova aurora. Dotada de um reactor EPR [European Pressurised Reactor] – “de terceira geração” –, a instalação finlandesa pretende servir de cartão de visita a exibir pelo “lobby” do átomo, que está a viver um ressurgimento em estado de graça, tão enérgico como inesperado.

No entanto, nada corre bem no gigantesco estaleiro! Os atrasos multiplicam-se, ao ponto de a activação, inicialmente prevista para 2009, ter sido protelada para 2011.
Segundo as mais recentes notícias, estará mais para 2013. O pior é que foram denunciados inúmeros defeitos por ONG internacionais, a começar pelo Greenpeace, que fez de Olkiluoto o seu principal cavalo de batalha contra os perigos insensatos que o ressurgimento da energia nuclear fará correr à humanidade.
Desde o início dos trabalhos, há quatro anos, o Greenpeace recenseou mais de mil “incidentes” de construção ou brechas de segurança nos procedimentos do estaleiro. Litania que, contra todas as expectativas, não desanimou a população: mais de 55% continua favorável ao átomo. Um paradoxo, dado que, em 1986, os finlandeses foram dos primeiros europeus a encarar a possibilidade de ver passar por cima deles a nuvem radioactiva de Chernobil.

200 reactores em 20 anos

Em pânico com a morte anunciada dos hidrocarbonetos, apanhados pela crise climática e pelos compromissos em reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, os governos anunciam, uns após outros, a reactivação do segmento energético nuclear. Clinicamente liquidado depois de Chernobil, ressurge agora por toda a parte. Excepto em França, onde nunca desapareceu e sempre correu tudo bem. É ver: a Grã-Bretanha pretende pelo menos duas dúzias de novos reactores; a Alemanha, que tinha adoptado um plano de retirada definitiva da energia nuclear no momento decisivo da entrada no ano 2000, por impulso da equipa rosa-verde do chanceler Schröder, está a fazer marcha atrás e vai comprometer-se muito em breve “na retirada da retirada do nuclear”; a Suíça quer três reactores, além de que o Governo federal de Berna acaba de receber pedidos nesse sentido por parte das principais empresas da Confederação.

Mesmo em Itália, país profundamente nucléofobo, Silvio Berlusconi acaba de decidir uma mudança de orientação radical, com a ajuda de Paris, que fornecerá o seu "knowhow" atómico. E para não falar dos Estados Unidos, da Rússia, da Índia e da China… No total, entre as centrais em construção, com obra programada e em proposta, são mais de duzentos os reactores que podem brotar nas próximas duas décadas! Até a Ucrânia, orgulhosa pátria de Chernobil, lançou planos para 22 novas “fracções” (reactores).

Um balanço que causa arrepios

Desde que a redução imperativa de emissões de gases com efeito de estufa se impôs como uma evidência, a energia nuclear dispõe, primeira vez desde há muito, de uma vantagem no pugilato ideológico quanto ao seu futuro: não emite praticamente CO2.
“A energia nuclear não contribui para reduzir as emissões de CO2", afirma Lauri Myllyvirta, um jovem que se tornou notado ao prender-se com cinco colegas do Greenpeace, durante cinco dias, no alto de uma grande grua vermelha no estaleiro de Olkiluoto. "Mas vejam-se, antes, a duração das instalações e a quantidade energética necessária para a sua laboração. Tenham-se em conta a catástrofe ecológica que representam as minas de urânio. Avaliem-se as centenas de milhares de quilómetros percorridos por veículos pesados, para fazer circular as barras de combustível nuclear do seu lugar de fabrico até às centrais, e das centrais até aos centros de reprocessamento. E depois, destes até aos locais de armazenamento temporário dos resíduos. Acrescentem-se aos comboios de camiões as escoltas de veículos militares ou de polícia, porque não se transporta urânio como se fosse carvão…"

Petteri Tiippana, vice-director da Stuk, a autoridade finlandesa em matéria de vigilância da energia nuclear, elabora um balanço arrepiante. “O problema da Areva, que é afinal o dos finlandeses, é que a competência se perdeu completamente pelo caminho, desde a construção da última central nuclear na Europa, há mais de vinte anos. Para além disso, o EPR é um reactor de tipo novo: equivale a dizer que a Finlândia ofereceu o seu território para servir de campo de ensaio. Fico com a sensação de que a Areva vai aprendendo o seu trabalho à medida que o realiza. Foram demasiado optimistas, fizeram promessas que não podiam cumprir, têm andado demasiado depressa, porque queriam produzir um modelo planetário de encher o olho.”

Nuclear, uma fonte que compromete durante longos anos...

A duração do OL-3 será de sessenta anos, segundo previsões da TVO, a companhia de electricidade finlandesa, proprietária de Olkiluoto e que encomendou o EPR. Se o reactor começar a trabalhar em 2013, será desligado por volta de 2073. Salvo improváveis milagres, Lauri Myllyvirta e Petteri Tiippana, bem como o autor destas linhas, terão morrido há muito, quando ocorrer a desmontagem definitiva da instalação, prevista para 2120. De todas as fontes de energia existentes, a energia nuclear é a única que compromete por tanto tempo o destino de gerações ainda não nascidas, porque continua a não existir solução para o armazenamento definitivo dos resíduos gerados.

Este artigo foi retirado do livro L’après pétrole a commencé [O pós-petróleo começou], de Serge Enderlin.

Fontes:
http://www.radicali.it/

Relatório do Greenpeace sobre a asegurança da central de Olkiluoto (PDF)
www.greenpeace.org/international/press/reports/the-hirsch-report

Texto retirado de
www.presseurop.eu/pt/content/article/230681-o-grande-bluff-atomico