20.3.09

Podemos viver sem capitalismo (nº 2 do jornal Crisis já está disponível)

Podemos viver sem bancos
sem empresas multinacionais
sem dinheiro
sem classe política

Podemos viver sem o capitalismo

Sejamos a mudança que queremos


http://www.17-s.info/es

Para descarregar Crisis nº1
www.vilaweb.cat/media/attach/vwedts/docs/200809/crisi.pdf

Para descarregar Crisis nº2
www.17-s.info/sites/www.podem.cat/files/PODEMOSCAST.pdf

Closed zone: filme de animação que mostra como 1 milhão e 500 mil palestinianos de Gaza vivem numa prisão a céu aberto!




Pequeno fime animado feito por Yoni Goodman, um dos autores de Waltz with Bashir, e que mostra metaforicamente como o Estado sionista de Israel mantém cercada e ferreamente fechada toda a região de Gaza, o que obriga a que cerca de 1 milhão e 500 mil palastenianos vivam como se estivessem num campo de concentração a céu aberto


http://www.closedzone.com/

Tributo a Rachel Corrie ( assassinada a 16 de Março de 2003 pelo exército israelita quando tentava impedir a demolição de uma casa palestiniana)




http://www.ism-france.org/news/


O fosso entre ricos e pobres, ou como a desigualdade não é apenas desigualdade, mas uma série de problemas sociais (texto de Rui Tavares)

Homogéneo e desigual
(reprodução do texto de Rui Tavares, publicado no jornal Público sob o título «Homogéneo e desigual», e retirado do blogue http://ruitavares.net/blog/)

O erro está em pensar que igualdade é homogeneidade, quando são coisas muito diferentes. Não por acaso, a obsessão com a homogeneidade é de direita (se pensarmos bem, é herdeira da obsessão religiosa com a pureza) e a obsessão com a igualdade é de esquerda.

Consideremos os (mais ou menos) dez milhões de portugueses que vivem em Portugal. Agora vamos escolher os dois milhões mais pobres e mais ricos, cerca de um quinto da população para cada lado. Agora, adivinhem qual é a diferença de rendimentos entre uns e outros: os mais ricos são oito vezes mais ricos do que os mais pobres.

O mesmo exercício repetido para a Espanha dá resultados diferentes: os mais ricos são apenas 5,6 vezes mais ricos que os mais pobres. É o jornal inglês The Guardian que apresenta estes dados na crítica a um novo livro, The Spirit Level, sobre o problema da desigualdade (só os gráficos que acompanham o texto já merecem uma visita; estão no meu blogue em ruitavares.net).

Em poucas frases, a questão é esta: a desigualdade nunca é apenas a desigualdade. A desigualdade é um monte de problemas: os países mais desiguais têm mais gravidezes na adolescência, têm mais gente na prisão, pessoas mais iletradas, mais corrupção, menos confiança no sistema político. A desigualdade não é apenas um efeito, mas uma causa do nosso atraso, e vai ser preciso repeti-lo enquanto formos desiguais e atrasados. Que no nosso caso vai dar ao mesmo.


O Japão e a Suécia, dois países muitíssimo distantes, tanto na geografia como na história, são bons exemplos. As suas sociedades e sistemas políticos têm poucas semelhanças, mas ambos são países bastante iguais (os mais ricos são apenas 3 ou 4 vezes mais ricos que os mais pobres) e ambos têm poucos problemas de crime ou ignorância. Todos saem a ganhar: na literacia, até as classes médias e altas dos países iguais são mais educadas do que as dos países desiguais.

Como mau exemplo: Portugal. A perplexidade dos autores é a agora inversa. Portugal e Espanha são tão próximos na geografia e na história. Como é possível que tenham divergido tanto em apenas trinta anos?

E chegados aqui, os jornalistas do Guardian cometem um erro. Dizem eles que em princípio seria de esperar que a Espanha fosse mais desigual, uma vez que é mais diversa internamente, com as suas regiões e autonomias. E Portugal é mais homogéneo e desigual ao mesmo tempo, o que não parece fazer sentido. Mas, pelo contrário!, faz todo o sentido.

O erro está em pensar que igualdade é homogeneidade, quando são coisas muito diferentes. Não por acaso, a obsessão com a homogeneidade é de direita (se pensarmos bem, é herdeira da obsessão religiosa com a pureza) e a obsessão com a igualdade é de esquerda. A direita preocupa-se menos com a desigualdade desde que o país seja homogéneo. O conservadorismo nacional é anti-regionalização, anti-imigração e anti-direitos dos gays (bom dia, Dra. Manuela Ferreira Leite) mas não perde o sono com a desigualdade. O projecto oposto não tem problemas em viver num país heterogéneo; o que nos interessa é dar a mesma dignidade a cada uma das partes que o constituem.

Em suma, eu diria que foi o quando a Espanha viu que é um país plural que começou a tornar-se um país mais igual. Mas que sei eu? Perguntem a Felipe González. O que ele respondeu numa entrevista recente foi que o segredo do crescimento da Espanha está em assumir a sua pluralidade interna: “Se há trinta anos atrás me dissessem que a Galiza viria a ser uma economia dinâmica na globalização, eu daria uma gargalhada”. Com o nosso desigual Norte a cair no atraso, é uma gargalhada amarga para nós.
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Consultar:

A precariedade no trabalho atinge hoje em Portugal 902 mil pessoas, segundo estudo do Instituto Nacional de Estatística

O emprego precário - contratos a termo, prestação de serviços, sazonal e pontual - tem vindo a subir em número e em peso. No ano passado atingiu já 902 mil pessoas. Um aumento de 52% em 10 anos.

Este valor absoluto foi calculado a partir da informação publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e com base no conceito de trabalho "não permanente" utilizado pelo professor António Casimiro Ferreira, num estudo que hoje é divulgado.

No relatório preliminar do documento "Da sociedade precária à sociedade digna: balanço da evolução social em Portugal", o professor da Universidade de Coimbra mostra que o peso destas situações sobre o total de pessoas empregadas tem vindo a crescer, passando de 12,3% em 1998, para 17,4% em 2008.

As mulheres são geralmente mais afectadas. Por outro lado, o Alentejo apresentava o valor mais alto (23,9%), seguido do Algarve (23,1%) e da região de Lisboa (21,1%).

"A desestabilização dos estáveis e dos instáveis tende a constituir-se num modelo de regulação que, caso venha a institucionalizar-se como modelo normal de relacionamento entre empregadores e trabalhadores conduzirá ao aumento da insegurança económica e social", escreve o autor, nas conclusões do estudo.

António Casimiro Ferreira alerta para a vulnerabilização de territórios, jovens e mulheres. Além da flexibilidade legal, "discutível no plano dos princípios e das consequências práticas", o caso português evidencia" sinais preocupantes" quanto à existência de trabalho à margem das normas, acrescenta o autor.

Dos 902 mil indivíduos considerados, 727 mil têm contratos a prazo, enquanto os restantes apresentam formas mais atípicas de trabalho. Os dados de 2008 apontam para 174 mil pessoas. Neste segundo grupo incluem-se pessoas que apesar de terem contratos de prestação de serviços são consideradas "trabalhadores por conta de outrem"; indivíduos em "trabalho sazonal e sem contrato escrito" ou em situações de trabalho pontual.

São estas as pessoas mais expostas ao risco de desemprego. Os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) revelam que os despedimentos unilaterais ou por mútuo acordo estão a ganhar protagonismo, tendo explicado já cerca de um quarto das novas situações de desemprego em Janeiro. Apesar disso, o "fim de trabalho não permanente" continua a ser a principal causa de inscrição nos centros de emprego. Que inclui a não renovação de contratos a prazo ou a interrupção de contratos mais precários.

O conceito de precariedade aqui considerado exclui todos os trabalhadores por conta própria. Parte deles terão contratos de prestação de serviços, tal como explica Casimiro Ferreira no estudo que hoje será apresentado.

Os dados relativos a todo o ano de 2008 têm a vantagem de diluir alterações pontuais, mas escondem a redução do peso dos vínculos mais precários na segunda metade do ano.

Os contratos considerados neste conceito de precariedade registaram o ponto mais alto no segundo trimestre do ano, com 925 mil pessoas incluídas, mostram os dados do INE.

Desde então, a economia tem vindo a destruir emprego e o número tem vindo a cair: recuou para 901 mil pessoas no terceiro trimestre e 882 mil no final do ano.

Ao mesmo tempo, e numa altura em que o emprego caiu, aumentou o número de pessoas com contratos sem termo.

Uma inversão recente que pode ser explicada pela análise sectorial: Educação e Administração Pública continuam a criar emprego, em contraciclo com o resto da economia.
Fonte: jornal Diário de Notícias

Queima de Recibos Verdes - Sábado, 21 Março, 23h00, em frente ao Piolho, no Porto


Este ano o May Day desperta outras primaveras

No dia 21 de Março, desperta a primavera. É a partir do equinócio que dias e noites têm a mesma duração.

Este ano, o MayDay Porto vai assinalar o equinócio com uma fogueira na rua: será a queima dos recibos verdes.

Em Portugal, cerca de 900 mil pessoas trabalham como 'falsos' recibos verdes; são falsos trabalhadores independentes. Falsos porque deveriam ter um contrato de trabalho: cumprem horário, têm subordinação hierárquica e trabalham não em casa mas numa empresa ou num serviço do Estado. Os recibos verdes são assim utilizados para mascarar uma situação de trabalho por conta doutrem. Noutros casos, são apenas uma forma que impede que o trabalho intermitente tenha protecção social.

Em Portugal, cerca de 900 mil pessoas não têm protecção social, não têm direito ao subsídio de desemprego se ficarem sem trabalho, nem a protecção na doença. Muitas delas, acumulam dívidas imensas à segurança social e não têm sequer o direito de planear e organizar o futuro.

Os falsos recibos verdes são, na maior parte dos casos, um abuso, uma mentira e uma exploração para que os trabalhadores tenham menos direitos. O Estado é um dos grandes utilizadores desta falcatrua.

Estamos fartos. E com o despertar da Primavera, despertam também os nossos gritos de revolta. Na fogueira do equinócio vamos queimar este símbolo maior da precariedade. As nossas noites terão a mesma duração dos nossos dias e ambos têm sempre a exacta duração da nossa luta.

Dia 21 de Março, traz a tua indignação e vem queimar os teus recibos. Porque é a sede de justiça e de dignidade que desperta em nós profundas primaveras!

Pic-Nic na cidade de Lisboa - festa da Primavera e da Poesia (dia 21 de Março, às 14h.)


NÃO PRIVATIZES A TUA VIDA,
VEM VIVER O ESPAÇO PÚBLICO!

Pela primeira vez no ano o dia e a noite ficam iguais! Os dias escuros vão-se e a terra está pronta para ser plantada.

O Equinócio de Primavera é celebrado no hemisfério norte no dia 21 de Março. Este é o tempo ideal para rituais de fertilidade, por que é o momento no qual a vida se renova.

Na agricultura, sinaliza o tempo em que as sementes são plantadas e começam o seu processo de crescimento!

Além de ser o Equinócio é também O DIA DA POESIA... Por isso, não faltam motivos para celebrar!!

Sábado dia 21 de Março às 14 horas no Miradouro São Pedro de Alcântara (ao lado do elevador da Glória)

Traz a tua Alegria partilhando algo para comer, um Poema, uma Bebida, um Instrumento e um saco de lixo e vem celebrar o renascimento e a renovação primaveril !



http://blogdogaffe.blogspot.com/