8.3.09

8 de Março de 2009 - Dia internacional das mulheres


O Dia Internacional da Mulher é comemorado em homenagem às operárias têxteis de uma fábrica de Nova Iorque que, em 8 de Março de 1857, entraram em greve, ocupando as instalações fabris, para reivindicarem a redução do seu horário de trabalho de mais de 16 horas por dia para as 10 horas laborais diárias. Estas operárias recebiam menos de um terço do salário dos homens e, devido à posição que tomaram, foram fechadas dentro da fábrica, onde, entretanto, deflagrou um incêndio. Cerca de 130 mulheres morreram. Em 1910 numa conferência internacional das mullheres, realizada na Dinamarca, foi decidido comemorar o Dia Internacional da Mulher nessa data de cada ano civil, em homenagem àquelas operárias


Consultar os textos já publicados neste blogue:




"Every time we liberate a woman, we liberate a man." (Margaret Mead)

"Feminism is the radical notion that women are people."


"O grau de emancipação das mulheres é um indicador do grau de emancipação da sociedade" (Charles Fourier)


Como apareceu o Dia Internacional da Mulher ( breve cronologia)
1907
Movimento das Sufragistas pelo voto feminino nos EUA.

1907
Em Stuttgart, é realizada a 1ª Conferência da Internacional Socialista com a presença de Clara Zetkin, Rosa Luxemburgo e Alexandra Kollontai. Uma das principais resoluções: Todos os partidos socialistas do mundo devem lutar pelo sufrágio feminino.

1908
Em Chicago (EUA), no dia 3 de maio, écelebrado, pela primeira vez, o Woman´s Day. A convocaçãoé feita pela Federação Autónoma de Mulheres.

1909
Novamente em Chicago, mas com nova data, último domingo de Fevereiro, é realizado o Woman ´s Day. O Partido Socialista Americano é o organizador

1910
A terceira edição do Woman’s Day é realizada em Chicago e Nova Iorque pelo Partido Socialista, no último domingo de Fevereiro. Em Nova Iorque, é grande aparticipação de operárias devido a uma greve que paralisava as fábricas detecido da cidade. Dos trinta mil grevistas, 80% eram mulheres.Essa greve durou três meses e acabou no dia 15/02, véspera do Woman’s Day.

- Em Maio seguinte, o Congresso do Partido Socialista Americano delibera que as delegadas ao Congresso da Internacional,que seria realizado em Copenhague, na Dinamarca, em agosto, defendam que a Internacional assuma oDia Internacional da Mulher. Este deve ser comemorado no mundo inteiro, no último domingo de fevereiro, a exemplo do que já acontecia nos EUA.

- Em agosto, a 2ª Conferência Internacional da Mulher Socialista, realizada dois dias antes do Congresso, delibera que: as mulheres socialistas de todas as nacionalidades organizarão (...)um dia das mulheres específico, cujo principal objetivo seráa promoção do direito a voto para as mulheres. Não é definida uma data específica.

1911
Durante uma nova greve de tecelãs e tecelões, em Nova Iorque, morrem 146 grevistas, a causa de um incêndio devido a péssimas condições de segurança. Na Alemanha, Clara Zetkin lidera as comemorações do Dia da Mulher, em 19 de março.


1914
Pela primeira vez, a Secretaria Internacional da Mulher Socialista, dirigida por Clara Zetkin, indica uma data única para a comemoração do Dia da Mulher: 8 de Março.


Ligações:
http://colectivofeminista.blogspot.com/
http://www.escueladefeminismo.org/spip.php?rubrique20 (em português)
http://www.umarfeminismos.org/index.htm
http://www.sof.org.br/marcha/ (Marcha mundial das mulheres)
http://www.cf8.org.br/
http://www.amcv.org.pt/


1001 links feministas:
http://www.lilithgallery.com/feminist/

http://www.marchamundialdelasmujeres.org/index_html/fr
http://www.redfeminista.org/index.asp
http://www.nodo50.org/mujeresred/
http://www.ciudaddemujeres.com/Matriz/Index.htm
http://www.penelopes.org/Espagnol/xhome.php3
http://www.penelopes.org/
http://www.agendadelasmujeres.com.ar/
http://www.mujeresnet.info/

http://sisyphe.org/
http://publisexisme.samizdat.net/


http://www.guerrillagirls.com/
http://feministlibrary.co.uk/
International Museum of Women
http://www.thefword.org.uk/
http://www.millionwomenrise.com/
http://www.feministactivistforum.org.uk/
http://www.grassrootsfeminism.net/cms/
http://femadlibkolektiv.blogspot.com/
http://www.anticapitalistfeminists.co.uk/
http://www.feministfightback.org.uk/
http://www.leftwomensnetwork.org/


http://revolutionarymotherhood.blogspot.com/
http://feministchildrearing.blogspot.com/

http://www.prostitutescollective.net/

http://www.anarcha.org/
http://lafk.wordpress.com/
http://www.ragdublin.blogspot.com/


http://www.antipatriarcat.org/index.php

http://www.mediterraneas.org/

Libraries and archives




Declaração da Assembleia de Mulheres
no Fórum Social Mundial de 2009, realizado em Belém do Pará, Brasil

No ano em que o FSM encontra-se com a população da Pan-Amazônia, nós mulheres de diferentes partes do mundo, reunidas em Belém, afirmamos a contribuição das mulheres indígenas e das mulheres de todos os povos da floresta como sujeito político que vem enriquecer o feminismo a partir da diversidade cultural de nossas sociedades e conosco fortalecer a luta feminista contra o sistema patriarcal capitalista globalizado.
O mundo hoje assiste a crises que expõem a inviabilidade deste sistema. As crises financeiras, alimentar, climática e energética não são fenômenos isolados, mas representam uma mesma crise do modelo, movida pela superexploração o do trabalho e da natureza e pela especulação e financeirização o da economia.
Frente a estas crises não nos interessam as respostas paliativas e baseadas ainda na lógica do mercado. Isto somente pode levar a uma sobrevida do mesmo sistema. Precisamos avançar na construção de alternativas. Para a crise climática e energética, negamos a solução por meio dos agrocombustíveis e do mercado de créditos de carbono. Nós, mulheres feministas, propomos a mudança no modelo de produção e consumo.
Para a crise alimentar, afirmamos que os transgênicos não representam uma solução. Nossa proposta é a soberania alimentar e a produção agroecológica.
Frente à crise financeira e econômica, somos contra os milhões retirados dos fundos públicos para salvar bancos e empresas. Nós mulheres feministas reivindicamos proteção ao trabalho e direito à renda digna.
Não podemos aceitar que as tentativas de manutenção desse sistema sejam feitas à custa de nós mulheres. As demissões em massa, o corte de gastos públicos nas áreas sociais e a reafirmação desse modelo produtivo afeta diretamente nossas vidas à medida que aumenta o trabalho de reprodução e de sustentabilidade da vida.
Para impor seu domínio no mundo, o sistema recorre à militarização e ao armamentismo; inventa confrontações genocidas que fazem das mulheres botim de guerra e sujeitam seus corpos à violência sexual como arma de guerra contra as mulheres no conflito armado. Expulsa populações e as obriga a viver como refugiadas políticas; deixa na impunidade a violência contra as mulheres, o feminicídio e outros crimes contra a humanidade, que se sucedem cotidianamente nos contextos de conflitos armados.
Nós feministas propomos transformações profundas e radicais das relações entre os seres humanos e com a natureza, o fim da lesbofobia, do patriarcado heteronormativo e racista. Exigimos o fim do controle sobre nossos corpos e sexualidade.
Reivindicamos o direito a decidir com liberdade sobre nossas vidas e territórios que habitamos. Queremos que a reprodução da sociedade não se faça a partir da superexploração o das mulheres.
No encontro das nossas forças, nós nos solidarizamos com as mulheres das regiões de conflitos armados e de guerra. Juntamos nossas vozes às das companheiras do Haiti e rechaçamos a violência praticada pelas forças militares de ocupação. Nossa solidariedade às colombianas, congolesas e tantas outras que resistem cotidianamente à violência de grupos militares e das milícias envolvidas nos conflitos em seus países. Expressamos nossa solidariedade com as iraquianas que enfrentam a violência da ocupação militar norte-americana.
Nesse momento em especial, nós nos solidarizamos com as mulheres palestinas que estão na Faixa de Gaza, sob ataque militar de Israel. E nos somamos a todas que lutam pelo fim da guerra no Oriente Médio.
Na paz e na guerra nos solidarizamos às mulheres vitimas de violência patriarcal e racista contra mulheres negras e jovens.
De igual maneira, manifestamos nosso apoio e solidariedade a cada uma das companheiras que estão em lutas de resistência contra as barragens, as madeireiras, mineradoras e os mega-projetos na Amazônia e outras partes do mundo, e que estão sendo perseguidas por sua oposição legítima à exploração. Nos somamos às lutas pelo direito à água.
Nos solidarizamos a todas as mulheres criminalizadas pela prática do aborto ou por defenderem este direito. Nós reforçamos nosso compromisso e convergimos nossas ações para resistir à ofensiva fundamentalista e conservadora, e garantir que todas as mulheres que precisem tenham direito ao aborto legal e seguro.
Nos somamos às lutas por acessibilidade para as mulheres com deficiência e pelo direito de ir e vir e permanecer das mulheres migrantes.
Por nós e por todas estas, seguiremos comprometidas com a construção do movimento feminista como uma força política contra-hegemônica e um instrumento das mulheres para alcançar a transformação de suas vidas e de nossas sociedades, apoiando e fortalecendo a auto-organização das mulheres, o diálogo e articulação das lutas dos movimentos sociais.
Estaremos todas, em todo o mundo, no próximo 8 de março e na Semana de Ação Global 2010, confrontando o sistema patriarcal e capitalista que nos oprime e explora. Nas ruas e em nossas casas, nas florestas e nos campos, no prosseguir de nossas lutas e no cotidiano de nossas vidas, manteremos nossa rebeldia e mobilização.
Belém, 1 de fevereiro de 2009








A radicalidade existencialista da vida, obra e pensamento de Simone de Beauvoir


Vanguardista e radical, venerada e contestada, Simone de Beauvoir marcou toda uma época e influenciou decisivamente o feminismo, um dos movimentos sociais que mais mudanças sociais tem introduzido nas nossas sociedades.O Segundo Sexo, a obra-prima de Simone de Beauvoir, é um estudo sobre as mulheres ao longo da história, onde se mostra que a mulher não nasce mulher, torna-se mulher, justamente por efeito da construção social e cultural dos vários papéis femininos.

Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir, mais conhecida como Simone de Beauvoir (Paris, 9 de janeiro de 1908 — Paris, 14 de abril de 1986), foi uma escritora, filósofa existencialista e feminista francesa.
Escreveu romances, monografias sobre filosofia, política, sociedade, ensaios, biografias e uma autobiografia.
Conheceu Jean-Paul Sartre na Sorbonne, no ano de 1929, e logo uniu-se estreitamente ao filósofo e ao seu círculo, criando entre eles uma relação polémica (foi uma relação "aberta", pois o casal tinha experiências amorosas com terceiros) e fecunda, que lhes permitiu compatibilizar as suas liberdades individuais com a sua vida em conjunto.
Livros:

1943 A Convidada L'Invitée romance
1944 Pyrrhus et Cinéas ensaio
1945 Les Bouches Inutiles peça de teatro (em 2 atos e 8 quadros)
1945 O Sangue dos Outros Le Sang des Autres romance
1946 Todos os Homens são Mortais Tous les Hommes sont Mortels romance
1947 Por uma Moral da Ambigüidade Pour une Morale de l'Ambiguïté ensaio
1947 L'Amérique au Jour le Jour ensaio
1948 L'Existencialisme et la Sagesse des Nations ensaio
1949 O Segundo Sexo (I e II) Le Deuxième Sexe ensaio
1954 Os Mandarins Les Mandarins romance
1955 Privilèges ensaio
1955 Deve-se Queimar Sade? Faut-il Brûler Sade? ensaio
1955 O Pensamento de Direita, Hoje La Pensée de Droite, Aujourd'hui ensaio
1957 A Longa Marcha La Longue Marche ensaio
1958 Memórias de uma Moça Bem-Comportada Mémoires d'une Jeune Fille Rangée
1960 A Força da Idade La Force de l'Age memórias
1962 Djamila Boupacha testemunho
1963 A Força das Coisas La Force des Choses memórias
1964 Uma Morte Muito Suave Une Mort Très Douce memórias
1966 As Belas Imagens Les Belles Images romance
1968 A Mulher Desiludida La Femme Rompue romance
1970 A Velhice La Vieillesse ensaio
1972 Balanço Final Tout Compte Fait memórias
1979 Quando o Espiritual Domina Quand Prime le Spirituel romance
1981 A Cerimônia do Adeus La Cérémonie des Adieux memórias
1990 Journal de Guerre memórias
1990 Lettres à Sartre (I e II) memórias
1997 Cartas a Nelson Algren Lettres à Nelson Algren memórias
2004 Correspondance Croisée (avec Jacques-Laurent Bost) memórias


A Convidada L'Invitée 1943
O primeiro romance publicado de Beauvoir narra os conflitos de uma mulher de 30 anos, Françoise (uma espécie de alter ego da autora), e seu envolvimento num trio amoroso: ela, Pierre Labrouse e a enigmática Xavière, jovem que exerce forte atração no casal. Ambientado no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, o livro disseca o amor em todos os seus meandros: ciúme, decepção, frustração, raiva, incerteza...


O Sangue dos Outros Le Sang des Autres 1945
O segundo romance de Simone retrata o conflito de um membro da Resistência durante a Segunda Guerra Mundial. Repentinamente, Jean Blomart se vê forçado a optar entre o engajamento social e o dever pessoal. De acordo com o pensamento existencialista, Beauvoir procura analisar "a maldição original que constitui, para cada indivíduo, sua coexistência com todos os outros". Um livro bastante pessoal no qual se encontra a percepção de Simone sobre a guerra.


Todos os Homens são Mortais Tous les Hommes sont Mortels 1946
Romance de tese, histórico e utópico, o livro conta a história de um homem que, no século XIII, não hesita em beber um elixir da imortalidade para tentar escapar das limitações de sua condição de mortal. Assim, o ambicioso e entusiasta conde Fosca, desafia o tempo e chega até os dias de hoje questionando tópicos inerentes à natureza humana, tais como a ambição, o poder, a imortalidade, o prazer, o destino e a transcendência.


Os Mandarins Les Mandarins 1954

Prêmio Goncourt de 1954, este livro assinala na carreira de Simone de Beauvoir seu definitivo engajamento político e literário. Romance existencialista, Os Mandarins apresenta um febril panorama da França entre 1944 e 1948: as repercussões da guerra, a agitação intelectual, a corrupção moral, os dilemas e dúvidas da esquerda e, sobretudo, "o chão coberto de ilusões desmoronadas". Para Beauvoir seu livro não era nem uma autobiografia nem uma reportagem.


As Belas Imagens Les Belles Images 1966
O livro aborda um período crítico da vida de Laurence, uma publicitária da alta burguesia aparentemente bem-sucedida que, por uma série de contingências, começa a questionar seus valores. Através do texto, Beauvoir aprofunda uma série de reflexões, levando Laurence a reavaliar a idéia básica que norteou sua vida e que rege toda sua obra: "Querer-se livre é também desejar que os outros sejam livres."


A Mulher Desiludida La Femme Rompue 1968
Contadas em forma de diário escrito pelas protagonistas, as 3 histórias do livro [A Idade da Discrição Monólogo A Mulher Desiludida] têm como temas a solidão e o fracasso, mas cada qual apresenta um enfoque específico. As mulheres desses relatos não compreendem bem o que lhes está acontecendo, um universo que até então lhes parecia seguro começa a desmoronar e, aturdidas, elas perdem até mesmo a noção de sua própria identidade.


Quando o Espiritual Domina Quand Prime le Spirituel 1979
Escrito entre 1935 e 1937 este conjunto de cinco novelas, que interligadas quase constroem um romance, se constitui na primeira obra de Beauvoir — que foi recusada sucessivamente, em 1938, pelas editoras Gallimard e Grasset.
As cinco novelas narram histórias de crise de jovens mulheres: o conflito entre as verdadeiras personalidades dos personagens e o meio em que vivem, repleto de hipocrisia e de preconceitos.

Memórias de uma Moça Bem-Comportada Mémoires d'une Jeune Fille Rangée 1958
Compreendendo o período entre 1908 e 1929, este livro dá início ao ciclo memorialístico de Beauvoir. Em sua narrativa, Simone divide com o leitor lembranças de sua infância e juventude, seus estudos, suas amizades com Zaza, Maheu e Sartre. Um livro que revela todas as esperanças de uma jovem até então bem-comportada, burguesa, católica...


A Força da Idade La Force de l'Age 1960
Integrando o conjunto de obras dedicadas às suas memórias, este segundo volume compreende um período particularmente fecundo da trajetória de Simone de Beauvoir — os anos de 1929 a 1944 —, constituindo-se num relato de fatos decisivos em sua formação literária, filosófica, política, e delimitando o período áureo do existencialismo. Neste livro, uma vez mais, Beauvoir aguça sua consciência crítica num testemunho essencial a todos os que queiram conhecer melhor as grandezas e misérias de nosso tempo.


A Força das Coisas La Force des Choses 1963
A trajetória iniciada em Memórias de uma Moça Bem-Comportada e continuada em A Força da Idade prossegue neste 3º volume autobiográfico. Numa obra em que o sangue circula e a vida brilha, sempre questionada com seriedade, Beauvoir fala de pessoas, livros e filmes que marcaram sua vida; aborda acontecimentos políticos; e faz alguns relatos de viagens, inclusive a que a trouxe, junto com Sartre, ao Brasil. O livro abrange o período entre os anos de 1944 e 1962.

Uma Morte Muito Suave Une Mort Très Douce 1964
Beauvoir narra de forma terna e sensível a angústia que envolveu a internação de sua mãe, para tratar inicialmente de uma fratura do fêmur decorrente de uma queda; e, posteriormente, de sua morte, por câncer. O relato descreve os absurdos da existência e se presta igualmente a uma interessante reflexão sobre o papel da medicina no prolongamento da vida artificial de doentes terminais.

Balanço Final Tout Compte Fait 1972
Mais um testemunho da coerência e da coragem que tornam Simone de Beauvoir uma escritora exemplar. Desvendando-se a si e à sua vida com uma autenticidade desconcertante, a autora se entrega à livre discussão de suas idéias frente à evolução psicológica, social e política do mundo contemporâneo. Os relatos contidos no livro compreendem o espaço de tempo entre os anos de 1962 a 1972.


A Cerimônia do Adeus La Cérémonie des Adieux 1981
Relato dos últimos dez anos da vida de Jean-Paul Sartre, companheiro de Simone por mais de cinqüenta anos, num tom ao mesmo tempo distante e comovente. É o "diário" de bordo de sua longa morte, um livro para se ler dividido entre o horror, a admiração e as lágrimas. No livro também constam uma série de entrevistas feitas com Sartre em agosto e setembro de 1974.


Journal de Guerre 1990
Editados por Sylvie Le Bon de Beauvoir, estes relatos, que datam do começo da Segunda Guerra (sete cadernos), se constituem apenas num fragmento do diário que Simone mantinha desde sua juventude. É necessário, portanto, considerá-lo como parte de um todo notadamente mais vasto. Sua publicação isolada pode ser observada como um complemento da correspondência de Beauvoir com Sartre. O diário compreende os anos entre 1939 e 1941.


Lettres à Sartre (I e II) 1990
Dividido em 2 volumes, o primeiro abrange os anos de 1930 a 1939; o segundo volume compreende o período entre 1940 e 1963. As cartas de Simone a Sartre foram dadas como perdidas por ocasião da publicação, em 1983, das cartas escritas por ele. Somente após a morte de Beauvoir, Sylvie Le Bon encontrou o volumoso pacote que as continha. No 1º volume constam as cartas que o casal trocou durante a guerra; no 2º, relatos de viagens e cartas ternas e amorosas.

Cartas a Nelson Algren Lettres à Nelson Algren 1997
Organizado por Sylvie Le Bon de Beauvoir, o livro reproduz a correspondência que Simone manteve com o escritor americano Nelson Algren, com quem viveu um complicado caso de amor, que se estenderia por quase vinte anos. O teor das 304 cartas (escritas entre 1947 e 1964) revela, entre muitas outras coisas, como Beauvoir dedicou-se intensamente a essa relação paralela ao seu já polêmico relacionamento com Sartre.

Correspondance Croisée (avec Jacques-Laurent Bost) 2004
Esta correspondência começa em 1937, quando Beauvoir tinha 29 anos e já vivia com Sartre havia 8 anos. Jacques-Laurent Bost, então com 21 anos, ex-aluno de Sartre, tinha vindo estudar filosofia em Paris. A moral do casal Sartre-Beauvoir pregava a transparência das relações e a liberdade dos corpos. Simone não esconde de Sartre a nova relação que rapidamente estabelece com Bost, um amor que será clandestino em virtude de Olga Kosackiewicz, então namorada dele.

Pyrrhus et Cinéas 1944
Em seu primeiro ensaio filosófico Beauvoir sustenta que, na ausência de um deus que garanta a moralidade, cabe ao indivíduo criar laços com seus pares através de ações éticas — o que requer projetos capazes de expressar e encorajar a liberdade. Este ensaio foi traduzido e publicado no Brasil, com o título de Pirro e Cinéias, em outro livro: Por uma Moral da Ambigüidade.


Por uma Moral da Ambigüidade Pour une Morale de l'Ambiguïté 1947
Com este ensaio Beauvoir tentou fazer o que os adversários do existencialismo julgavam impossível: estabelecer as diretrizes de uma moral existencialista. Simone acreditava que era possível encontrar na liberdade os fundamentos de nossas condutas. Se através de dúvidas e fracassos conseguirmos afirmar concretamente o sentido e o valor da existência, nenhum poder externo prevalecerá contra tal afirmação.

L'Amérique au Jour le Jour 1947
Ao mesmo tempo ensaio e testemunho, este livro foi escrito depois de uma temporada de quatro meses nos Estados Unidos, em 1947. No relato de Simone de Beauvoir pode-se perceber um desejo pronunciado de descobrir um novo continente, de tudo ver, de tudo conhecer e aprender.

O Segundo Sexo I - Fatos e Mitos Le Deuxième Sexe (I) 1949
Lançado numa época em que o termo "feminismo" nem sequer havia sido cunhado, este livro é considerado, hoje, como o marco inicial da prática discursiva da situação feminina. Neste primeiro volume, Simone de Beauvoir aborda os fatos e mitos da condição da mulher numa reflexão apaixonante que interessa a ambos os gêneros humanos.

O Segundo Sexo II - A Experiência Vivida Le Deuxième Sexe (II) 1949
Segundo volume do livro que examina a condição feminina em todas as suas dimensões: a sexual, a psicológica, a social e a política. Uma proposta de caminhos que podem levar à libertação não só das mulheres como, sobretudo, dos homens. Complementação de uma obra que, em escala mundial, inaugurou o debate sobre a situação da mulher.


Privilèges 1955
Uma coletânea contendo três pequenos ensaios: Deve-se Queimar Sade?, O Pensamento de Direita Hoje e Merleau-Ponty e o Pseudo-Sartrismo. Como os privilegiados conseguem pensar em sua própria situação? É a esta e outras questões que Simone tenta responder em seus ensaios. Os privilégios são sempre egoístas e torna-se inviável legitimá-los aos olhos de todos, uma vez que o pensamento sempre visa à universalidade.


Deve-se Queimar Sade? Faut-il Brûler Sade? 1955
Uma interessante análise da obra de o Marquês de Sade e de seu fracasso na busca por uma síntese impossível entre duas classes: o racionalismo dos filósofos burgueses e os privilégios da nobreza. Este ensaio foi publicado numa coletânea intitulada Privilèges.
O livro foi traduzido e publicado no Brasil na década de 60 e 70, mas com a extinção da editora responsável pela publicação ele só pode ser encontrado atualmente em sebos.


O Pensamento de Direita, Hoje La Pensée de Droite, Aujourd'hui 1955
Neste livro, Simone de Beauvoir, indica e analisa as conceituações e posições ideológicas que constituem o pensamento de direita nas artes, na ética, no jornalismo político e em vários outros campos da cultura e da atividade humana. Este ensaio foi publicado numa coletânea intitulada Privilèges.

A Longa Marcha La Longue Marche 1957
Durante uma viagem à China, em 1955, em companhia de Sartre, Beauvoir começa a redigir um longo ensaio no qual tenta desvendar a vida, a sociedade chinesa e, sobretudo, o lugar das mulheres nesta sociedade.
O livro chegou a ser traduzido e publicado no Brasil, mas com a extinção da editora responsável pela publicação ele só pode ser encontrado hoje em dia nos sebos.


Djamila Boupacha 1962
Testemunho escrito sob encomenda e em parceria com a advogada Gisèle Halimi sobre o caso de Djamila Boupacha, uma argelina de 28 anos, agente da FLN, que, acusada de um atentado a bomba, foi seqüestrada, torturada e violentada com uma garrafa quebrada por militares franceses.

A Velhice La Vieillesse 1970
Do tratamento que as sociedades primitivas davam aos idosos até conquistas e problemas existentes nas sociedades atuais, Beauvoir propõe uma mudança radical na sociedade, de forma a desmistificar as hipocrisias que cercam a velhice. Uma obra duramente criticada, mas que alcançou repercussão em todo o mundo, levantando questões e soluções para os idosos.


Les Temps Modernes 2002
Uma compilação de vários artigos políticos e culturais publicados na revista Les Temps Modernes escritos por Simone, e também por diversos autores tendo como tema a vida e obra de Beauvoir.
Criada em outubro de 1945 por Sartre e Simone, Les Temps Modernes foi durante muitos anos a mais prestigiada revista francesa de nível internacional.


Simone de Beauvoir. Não se nasce mulher
(filme-documentário realizado por Virginie Linhart)

Documentário sobre Simone de Beauvoir realizado por Virginie Linhart. 2007.
Legendas em castelhano