18.4.09

O que é um Sindicato ( adaptação de um texto de Edgar Rodrigues)




Sindicato é uma associação de classe, constituída por assalariados da mesma profissão, da mesma indústria, executando trabalho similares ou correlatos.

O objectivo do sindicato é tornar-se uma força, criar para os seus associados condições capazes de resistir às ambições patronais no plano individual e profissional.

É um agrupamento formado no terreno económico, sem existência preconcebida; pois o que está em jogo são interesses; e todos os operários que têm interesses idênticos aos do agrupamento podem filiar-se a ele, sem necessidade de declararem quais são as suas idéias em matéria filosófica, política e/ou religiosa.

Dentro do seu prisma orgânico, o sindicato, forma-se a partir dos núcleos, destes para as associações sindicais, do agrupamento para União de Sindicatos; da União dos Sindicatos locais para as Federações reginais e destas para Confederação Geral do Trabalho.

Dentro desta lógica organizativa existem sindicatos Mutualistas, Beneficentes, Autónomos, Independentes, Políticos, Religiosos, Reformistas e Revolucionários.

Podem também ser de profissionais da mesma especialidade, ou então de “Ofícios Vários”, Mistos e de Artes Correlatas ou similares.

Para o sindicato funcionar com desenvoltura plena, dentro do horizonte sindicalista é preciso que os seus componentes exercitem afinidades profissionais e cultivem sentimentos de simpatia, de amizade afectiva e fraternal.

Não basta pertencerem à mesma entidade, é preciso desenvolver uma acção social conjunta, lutar por modificações económicas, capazes de serem elementos catalizadores para ajudar no descondicionamento humano, ampliando assim a tolerância, a compreensão, o respeito e o apoio mútuo, fortificantes da solidariedade.

Um sindicato onde cada componente age para si, como unidade isolada, individualista, dificulta a convivência e a formação da família sindicalista.

O sindicato para ser dinâmico, coerente, organismo consciente, além de cultivar o auxílio mútuo e praticar a solidariedade de classe e humana, precisa ministrar cursos de militância, revelar oradores, promover palestras, conferências, debates, ensinar humanidades, realizar festas de congraçamento cultural, desenvolver a arte de representar, projectar sessões de cinema com debates em torno dos filmes e deflagrar greves quando se fizerem necessárias, sempre apolíticas.

Caso contrário, torna-se um orgão inoperante, aburguesado, comerciante, começa a definhar, transforma-se num barco sem rumo, corpo sem cérebro, comandado pelo estomago.

(adaptação livre e actualizada de um texto de Edgar Rodrigues)