29.9.08

1 DE OUTUBRO - dia nacional de luta dos trabalhadores portugueses


CGTP-IN marcou para dia 1 de Outubro, dia em que esta central comemora 38 anos de existência, um Dia Nacional de Luta por Melhores Salários; Emprego sem precariedade e Contra esta revisão da legislação laboral, com a realização de greves, paralisações, grande plenário geral, concentrações e deslocações em todo o país.


Esta acção tem como objectivos centrais a continuação da luta contra a revisão gravosa do Código do Trabalho, associada ao envolvimento dos trabalhadores na discussão e aprovação das reivindicações que tenham como eixos centrais o documento sobre Política Reivindicativa da CGTP-IN para 2009 e as propostas específicas no plano sectorial e de empresa.



GREVES; PARALIZAÇÕES E PLENÁRIOS GERAIS; CONCENTRAÇÕES


ACÇÕES POR SECTORES


FESAHT
Pré-aviso de greve: INFTUR (Hotelaria do Sul); TABAQUEIRA, CENTRALCER, KRAFT FOODS, SDF, INTERAVES, MICAU, REFRIGE, RAPORAL, MONTE SIÃO, ESIP, RAMIREZ, SARDINAL, SAPROGAL, DRINKIN, UNICER, ÁGUAS DO LUSO, ÁGUAS DO CRUZEIRO, DANONE, UNICER-CASTELO DE VIDE, MATADOURO – Sousel (Alimentação e Bebidas); EUREST (Hotelaria do Centro)


FEVICCOM
Pré-aviso de greve para o sector. Sindicato da Cerâmica do Sul (11 empresas): ABRIGADA (Alenquer/Lisboa); CAVAN (St. Iria Azóia/Lisboa); CIMIANTO (Alhandra/Lisboa); POSTEJO (Benavente/Santarém); LUSOCERAM (T. Vedras/Lisboa); NOCERAL (T. Vedras/Lisboa); CERÂMICA FLORESTA (T. Vedras/Lisboa); RAUSCHERT (Cascais/Lisboa); SOPLACAS (Cascais/Lisboa); SECIL PREBETÃO (Montijo – Setúbal e Olhão-Algarve); SECIL (Outão); Sindicato da Construção do Sul (13 empresas e locais): CALBRITA (Alenquer/Lisboa); AGREPOR (Alenquer/Lisboa); CONSTRUTORA DO TÂMEGA/estaleiro (Alenquer/Lisboa); ALVES RIBEIRO/estaleiro (Fetais/Lisboa); ESTALEIROS/2 no Parque das Nações (Lisboa); ESTALEIRO DO C. COMERCIAL Dolce Vita (Amadora); LUSIDAL (Pero Pinheiro/Sintra); GRANITOS MACEIRA (Pero Pinheiro/Sintra); COMPLEXO DE TRÓIA/estaleiros (Setúbal); SOLICÁLIA (Abrantes/Santarém); AMORIM & IRMÃOS/Equipar (Coruche/Santarém); SOLUBEMA (Borba/V.Viçosa); FERBRITAS (Évora); Sindicato da Indústria Vidreira (11 empresas): VIDRO MARQUES (Porto); B.A. (Avintes/porto e Marinha Grande); SAINT GOBAIN SEKURIT PORTUGAL (Stª Iria Azóia/Lisboa) – Plenário no dia 1 Out. SAINT GOBAIN GLASS PORTUGAL (Stª Iria Azóia/Lisboa) – Plenário no dia 1 Out. SOTANCRO (Amadora/Lisboa) – Plenário no dia 1 Out. CARLOS ZEISS (Setúbal); COVILIS (Póvoa Stª Iria/Lisboa) – Plenário no dia 1 Out. GALLOVIDRO (Marinha Grande/Leiria); SAINT GOBAIN MONDEGO (Figueira da Foz/Coimbra); V.A./ATLANTIS (Marinha Grande); SANTOS BAROSA (Marinha Grande); No âmbito do Sindicato da Cerâmica do Norte (1 empresa): FÁBRICA DE CERÂMICA VALADARES (Porto); No âmbito do Sindicato da Cerâmica e Construção do Centro (9 empresas): FÁBRICA DE CERÂMICA CARRIÇA (Coimbra);
CINCA (Mealhada/Aveiro); SECIL PREBETÃO (Coimbra); GRESCO (Coimbra); DOMINÓ (Coimbra); CERES (Coimbra); POCERAM (Coimbra); CIMPOR – Cabo Mondego (Figueira Foz/Coimbra); CERÂMICA PROGRESSO (Coimbra).


CESP
Porto – Pré-aviso de greve regional e participação na concentração marcada pela USP; Évora – Pré-aviso de Greve Regional; Acções em empresas: BRISA (Plenário); PINGO DOCE/FEIRA NOVA (Plenários) CONTINENTE (Plenários), AUCHAN, INTERMARCHÉ – CACÉM,CONFORAMA – Cascais, EX-MODIS (MDL) – Alverca, LIDL.


FUNÇÃO PÚBLICA
Greve de 24 horas.

Locais de trabalho com realização de reuniões e visitas em LISBOA: Ed. Satélite, IVA, Expo, Direcção Distrital de Finanças, Instituto de Informática MFAP, Inst. Geológico e Mineiro, DRLVT MEI; Agência Portuguesa de Ambiente, Agência Portuguesa de Ambiente, IMTT, Assembleia da República, Instituto do Desporto, Serv. Soc. AP, DGAEP, Instituto Turismo Portugal, DGOTPV, IMTT (Av. República e Domingos Monteiro), Estradas de Portugal, Inspecçãogeral de Finanças, ADSE, ASAE, CCDRLVT (Min. Ambiente), Gabinete Min. Economia, Dir. Geral Energia, SEF, INAC, ICNBD, Insp. Geral do Ambiente, Governo Civil Lisboa, Cofre Previdência M. Finanças, Sec. Geral do MOPTC, INAG; D.G. Alfândegas, D.G.Orçamento, D.G. Tesouro, S. Geral Min. Finanças, D. G. Ass. Europeus, Repartições Finanças, Inst. Gestão Crédito Público, Parque Natural Sintra/Cascais, Hospital Militar Principal, Direcção Estradas de Lisboa, GPERI (MOPTC), Tribunal judicial Sintra (MAI, MOPTC, MD, MFAP, MEI); Esc. Sec. D. Dinis, Esc. Sec. Vitorino Nemésio, EB 2 3 Damião de Góis, Esc. Sec. Afonso Domingues, EB Marvila, EB Luís António Verney, EB Olaias, Esc. Sec. António Arroio, EB Olivais, EB Lindley Cintra, Esc.Sec. Lumiar, Esc. Sec. D. José I, EB Pintor A. NGG, EB Mª Luz Deus Ramos, JI Mª Luz Deus, Ramos, Esc. Sec. Eça Queirós + primária 1 +primária 2,, Esc. Sec. Herculano Carvalho, EB Fernando Pessoa, Esc. Luís de Camões + primárias, Primárias Olivais, Primárias Chelas, Primárias Marvila, JI Marvila, Esc. Sec. Camões, Esc. Sec. D. Filipa Lencastre, Esc. Sec. Marquesa d' Alorna, Esc. Sec. Mª Amália Vaz Carvalho, Esc. Música e Dança, Esc. Sec. Virgílio Ferreira, Esc. Tellheiras I, Esc. Telheiras D. Pedro V, Cantina Div. Alunos, S. Centrais SASUL, Esc. Delfim Santos, Esc. Pedro Santarém, 24 de Julho, Esc. Gil Vicente, Esc. Nuno Gonçalves, Esc. Luísa Gusmão, Esc. Patrício Prazeres, DREL, Esc Eugénio Santos, Esc. Padre António Vieira, Ag. Escolas Bº Padre Cruz, Esc. Alm. Gago Coutinho, Esc. Sec. Rainha D. Leonor, 24 de Julho, Cantina FCSH, Cantina Pólo Ajuda, Esc. Francisco arruda, Esc. Rainha D. Amélia, Esc. Fonseca Benevides, Esc. Marquês de Pombal, Esc. Sec. Restelo, Esc. Bartolomeu Gusmão, Esc. Manuel da Maia, Esc. Josefa D'Óbidos, Esc. Pedro Nunes, Palácio da Ajuda, IGESPAR, IMC, ISA, IICT, Pólo Ajuda, Fac. Arquitectura, Fac. Veterinária, ISCSP, ISEL, Teatro Nacional D. Maria II, Museu de Arte Antiga, D. G. Arquivos, Biblioteca Nacional, Inst. Cinema, Sec. Geral Min Cultura, DGRHES, Museu do Azulejo, Esc. Enf. Resende, Esc. Enf. Calouste Gulb, Fac. Medicina, Estádio Universitário, Faculdade Direito, Faculdade Letras, Museu Traje, Museu teatro, Esc. Francisco arruda, Mosteiro Jerónimos, Museu Etnologia, Museu Coches, Esc. Rainha D. Amélia, Esc. Sec. Restelo, Esc. Sec. Manuel Maia, Esc. Pedro Nunes, Esc. Marquês de Pombal, Esc. Josefa D'Óbidos (ME, MC, MCTES); Hosp. Stª Mª,Hosp. Egas Moniz, C. Saúde Cascais, Hosp. S. Francisco Xavier, MAC, IPO, C. Saúde Alvalade, Hosp. S. José, Hosp. Capuchos, Hosp. D. Estefânia, Hosp. Sta. Marta, Hosp. S. Francisco Xavier, Hosp. Egas Moniz, Hosp. Sta. Cruz, IPO, Hosp. Sta. Mª, Hosp. Curry Cabral, Parque de Saúde, Hosp. Miguel Bombarda, Hosp. Pulido Valente, Inst. Gama Pinto, Todos Centros Saúde Lisboa, Hosp. Fernando Fonseca (Saúde); Centro Nacional de Pensões, Inst. Informática Seg. Social, ISS – Areeiro, Equipamentos de Acção Social, Preparação encontro Nacional – vários LT's, SCML – Serv. Centrais, APPDA, Centro Paroquial Penha de França, União Pensionistas da Seg. Social (Segurança Social e IPSS’s); Instituto Nacional de Recursos Biológicos; Ministério da Justiça – Tribunal do Trabalho – Despedimentos; Registos e Notariado (Agricultura e Justiça)


FIEQUIMETAL
Pré-aviso de greve para o sector. METALURGIA: Lisboa: EUGSTER & FRISMAG;
EURONADEL; MERCEDES BENZ; FUNDIÇÃO DOIS PORTOS; RENAULT CHELAS; ENTREPOSTO LISBOA; CITROEN; EPAL; RENAULT TELHEIRAS; STET; SCANIA PORTUGAL; VELAN; PEUGEOT PORTUGAL; ENTREPOSTO LISBOA; IMPORMOL; CABACH; ENTREPOSTO LISBOA II; BRUNO JANZ; CAETANO AUTO; MELVAR; GARAGEM BERNA; MERCAUTO; SANTOGAL; AUTOMECLIS; BAVIERA; Amadora: EURONADEL; SAPA; PORTALEX; MERCEDES BENZ; HAWORTH; GALUCHO; GALPGESTE; ITALIAN MOTOR VILLAGE; CARFOR; Vila Franca de Xira: IMPORMOL; MANUEL C. GRAÇA; DURA AUTOMOTIVE; CABACH; SONALUR; KOSANGAS; Santarém MITSUBISHI; ROBERT BOSCH; MDF; FRA; OLIMAR; JOÃO DE DEUS; FAMETAL; METALÚRGICA BENAVENTENSE BRANCO & CARVALHO; RIMOL; INVEPE; NIVELFOR; AUTO GIRAR; Leiria: DUARTE FETEIRA; LUSTRARTE; HOSPIARTE; FAMOPLA; BOLLINGHAUS; EVICAR LEIRIA; Braga: EMPRESAS ONDE PROVAVELMENTE HAVERÁ PARALISAÇÃO: TRADECAST – FUND. MONTAGEM CONF. IND., LDA., JADO IBÉRIA – PROD. MET. SOC. UNIPESSOAL, LDA, JORGE BAPTISTA DA SILVA & IRMÃO, LDA, ALBRA – IND. DE ALUMÍNIO, LDA; EMPRESAS COM OUTRAS ACÇÕES: OLEICA – APARELHOS ÓPTICOS DE PRECISÃO, SA AMTROL ALFA METALOMECÂNICA, SA, F.P.S. – FÁBRICA PORTUGUESA DE SEGMENTOS, LDA. Porto: FLEXIPOl; CAMO; CAETANO BUS; GROZBECKERT; INAPALMETAL; J.S. MONTEIRO; MANITWOC; RODRIGO MATIAS MAGALHÃES; SAKTHI; SNA/EUROPE-IND., LDA; SOCOMETAL; MAXIBELA, PEREIRA BARROS E OLIVEIRA, TEGOPI, VALSAN, AUTO SUECO, BRIEL, C.SANTOS, FUNDINIO, GAMOBAR, M.B.O., MINIBÉRICA, STET, VITOR, J. SILVA MOREIRA, METALOCAR. Setúbal: HALLA; ELECTRO-ARCO; MPSA; EVICAR/FULCARSADO; EDSCHA; VN AUTOMÓVEIS; GALPGESTE – ALCÁCER; AUTO SALÚQUIA – BEJA; MULTIAUTO – BEJA; STET; J. J. MACEDO; FUNDIÇÃO MOD. STA. IRIA; SPPM; VANPRO; ALSTOM; LEAR; LISNAVE; AUTOEUROPA E PARQUE; METALSINES; COMPELMADA; PRECÁRIOS REPSOL; CODIMETAL; CROWN CORK & SEAL; FERÁGUEDA; MOTORTEJO – FEIJÓ; MOTORTEJO – LARANJEIRO; GONVARRI; RODOSUL; PARQUE INDUSTRIAL. Centro: MARQUES; SCHERDEL MOLTEC; ENTREPOSTO; GAVIS; TUPAI; FAURECIA; DAVID VALENTE ALMEIDA; ARSOPI; MET. PROGRESSO V.CAMBRA; ERNESTO MATIAS; GESTAMP; CIFIAL – TORNEIRAS; RALL; IND. VENEPORTE; H. VIEIRA & FILHOS; SIMOLDES; MIRANDA & IRMAO; GAMETAL; MARTIFER; SLM (KUPPER & SCMIDT); TOYOTA; CAETANO PORTUGAL; CIFIAL - FÁBRICA 1; MAFIROL; JAIROL; METAFALB; JVAL; FUTE; SILAMPOS; AVON; HUF; F. RAMADA; PALBIT; GNS; VULCANO; COLDKIT; CITROEN; CICLO FAPRIL; A.M. FERREIRA; AMARO; HAWORTH; A. J.MAIA; AUTO SUECO; ESTALEIROS N. MONDEGO; GROHE; TOYOTA CAETANO; DURA; OLIVA; COBEL; C.A.C.I.A.; FUNFRAP; AUTO GARAGEM; MARCOPOLO; OLYMPUS; NAVALCENTRO; NAVAL FOZ; DELPHI INDUSTRIAS ELECTRICAS: TUDOR BATERIAS; FATELEVA;
SIEMENS SABUGO; CEL CAT; OTIS; OTIS LISBOA; SCHINDLER; VITROHM; AA SILVA; LEGRAND ELECTRICA; NEXTIRA ON; DEPHI SEIXAL; PIONEER; VISTEON – plenários às 8,00, 15,30; 16,30 e 01,30 horas; MONTITEC; CSPEID; NEC; STE; TEGAEL; THYSSEN; FEHST; BLAUPUNKT; DELPHI (Braga) – Plenário de trabalhadores, em greve, frente ao complexo GRUNDIG; QIMONDA (Porto) – Plenário, em greve, frente à QIMONDA; PREH (Trofa) – Plenário na rua, em greve; Unidades da YAZAKI (Ovar) – Plenário, em greve, nas empresas YAZAKI; MOTOMETER – Plenário em frente à empresa; ida ao Governo Civil; JAYME DA COSTA; THYSSEN – Greve 2º período c/ ida ao Porto. STIENC/Coimbra – EDP. QUIMICA E FARMACEUTICA: PARACELSA; PORTUTEX; FLEXIPOL; CONTINENTAL MABOR; J.S. MONTEIRO; MANITWOC; CNB/CAMAC – deslocação dos trabalhadores ao Governo Civil Porto e integração na concentração do dia 1.


FENPROF
Realiza Plenários Distritais em Coimbra, Viseu, Leiria, Aveiro, Guarda, Castelo Branco,

Portalegre, Évora, Beja, Faro, com deslocação aos Governos Civis.
Em Lisboa, o SPGL realiza um plenário, à tarde, na Casa da Imprensa.


FESETE
Calçado de Aveiro (apresentou pré-aviso de greve à respectiva associação patronal): plenários nas empresas, RHODE, DIX, ECO, LUNIC, SIACO E VASCONCELOS. Têxtil de Aveiro (apresentou pré-aviso de greve à respectiva associação patronal): plenários nas empresas, FEPSA, CALIFA, HUBER TRICOT, TAPESA, TRECAR, TOVARTEX. No dia 1 de Outubro estes dois últimos sindicatos têm decididas em conjunto as seguintes acções: Uma Concentração na Vila da Feira das 13,00 às 14,30 horas; Em São João da Madeira duas Concentrações à hora do almoço. Os Têxteis terão ainda uma outra Concentração com os químicos em São João da Madeira, junto da empresa TRECAR. Têxteis do Centro: Plenário de trabalhadores na empresa UNITEFE, na Figueira da Foz e no dia 3 de Outubro uma greve pela reivindicação de aumentos salariais. Têxteis da Beira Baixa: plenários nas empresas: CARVESTE, PENTEADORA DE UNHAIS, JÚLIO ALMEIDA, FITECOM, AVRI, FIPER, FONDATEX, VESTICOM, MENDES E LEAL, ENGOMADORA E UNIVECO. Têxteis do Sul (préaviso de greve para o dia 1 de Outubro, para possibilitar a participação dos trabalhadores nas Acções distritais): plenários em ALVA, TRIUNFO (Vialonga); SUCH BELAS, PLÚVIA, TAPEÇARIAS DE PORTALEGRE, SUSH,
FIAÇÃO DE TORRES NOVAS e IPETEX.


FECTRANS

Comunicações
CTT – Greve de 48 horas dia 30-Set e 1-Out, com manifestação no dia 30-Set dos Restauradores para o Ministério dos Transportes e Comunicações, pelas 14H30
7 e 8-Out – Acção junto dos correios “Greve fome de 48 horas”
9-Out – Concentração junto à Fundação Portuguesa de Comunicações


Transportes Fluviais
SOFLUSA – 1, 2 e 3 Out. – Greves parciais; (02H00 por turno)
TRANSTEJO – 1 Out. – Greve das 14h00 às 16H (para a realização de plenário)


Transportes Rodoviários e Urbanos
SECTOR RODOVIÁRIO PESADOS DE PASSAGEIROS – Greve de 24 horas (03H00 às 03H00)
RODOVIÁRIA ENTRE DOURO E MINHO – Plenário de trabalhadores com paralisação de viaturas das 05 às 14H.
RODOVIÁRIA BEIRA LITORAL (Coimbra) – Greve das 0H00 às 24H00;
RODOVIÁRIA DO TEJO (Torres Novas, Santarém, Leiria) – Greve das 00H00 às 24H00;
TRANSPORTES SUL DO TEJO – Greve das 09H30 às 14H00;
TRANSPORTADORA LUSITÂNEA – Greve das 00H00 às 24H00
SECTOR RODOVIÁRIO PESADOS DE PASSAGEIROS (Coimbra) – Plenário Público às 10H00, na Av. Fernão de Magalhães
METROPOLITANO DE LISBOA – Plenário Geral de Trabalhadores na Pontinha, na parte da manhã, a partir das 09H30
CARRIS – Plenário Geral de Trabalhadores em Santo Amaro, das 13H às 17H30, seguido de concentração no Ministério dos Transportes
STCP – Greve no dia 10 Outubro.


Transportes Ferroviários
CP, EMEF e REFER – dia 1-Out. – Greve de 24 horas (durante todo o período de trabalho)
TRANSDEV; METRO DO PORTO; S2M; METRO DE MIRANDELA – Greve entre as 11H00 e as 12H00 com realização de Plenários


SINTAF
Pré-aviso de greve.;


STAL
Greve de 24H00 no dia 1-Out.


SITAVA
TAP e GROUNDFORCE – Plenário Geral de Trabalhadores pelas 14H30 no refeitório da TAP


SEP
Greve Nacional da Enfermagem em 30-Set e 1-Out. Assembleia-geral seguida de concentração junto ao Ministério da Saúde, pelas 14h30, no dia 1 de Outubro.


STEFFAS
Pré-aviso de greve de 2 horas.
OGMA – Concentração junto à porta da empresa.


STML
Greve de 24 horas dos trabalhadores da CML.


STAD
Greve no HOSPITAL SANTA MARIA. Acção de luta no GRUPO SONAE.



ACÇÕES POR DISTRITO


U.S.SETUBAL
􀀜 Acção de contacto com a população da Moita (11H);
􀀜 Plenário Geral na Autoeuropa e empresas do Parque (7H00 / 15H30)
􀀜 Acção de contacto com a população do Barreiro, de tarde, em hora a indicar;
􀀜 Acção de contacto com a população de Almada, no período da tarde.
􀀜 Cordão Humano, em Sines, entre o Centro de Saúde e o Jardim das Descobertas, a partir das 17H00.



U.S.PORTO
􀀜 Concentração de Dirigentes, Delegados, Activistas e Trabalhadores, para as 15H00, junto da CIP, na Rotunda da Boavista, seguindo-se uma deslocação até ao Ministério do Trabalho, na Avenida da Boavista.



U.S.AVEIRO
􀀜 Concentração na zona do Cavaco (Têxteis/Calçado);
􀀜 Concentração junto à TRECAR / Flexipor
􀀜 Concentração à hora do almoço na Zona Industrial nº 1



U.S.BRAGA
􀀜 Concentração Distrital, às 14H30, junto à Rotunda Santos da Cunha (Maximinos – Braga), com préconcentrações junto à rotunda em frente ao Complexo Grundig e rotunda do matadouro acesso à Ponte Pedrinha) com deslocação ao Governo Civil, cerca da 15h30/16H00.


U.S.LISBOA
􀀜 Concentração em Agualva Cacém (Sintra), na Avenida dos Bons Amigos (Junto à Bomba da BP), pelas 17H00;
􀀜 Concentração em Sacavém (Loures) na Urbanização Real Forte (Rua do Estado da Índia, junto à futura Estátua do Cerâmico), pelas 15H00
􀀜 Manifestação dos Enfermeiros junto do Ministério da Saúde;
􀀜 Manifestação trabalhadores dos CTT (30-Set) dos Restauradores para o Ministério dos Transportes, às 14H30


U.S.LEIRIA
􀀜 Concentração na Marinha Grande às 17H30, junto ao Sindicato Indústria Vidreira;
􀀜 Concentração Valado de Frades (Alcobaça), pelas 17H00, no Parque das Merendas;
􀀜 Concentração em Peniche, local e hora a designar.


COIMBRA
􀀜 10H00 – Plenário Distrital de Professores, com saída à rua;
􀀜 10H30 – Plenário Público do sector de transportes rodoviários de passageiros, Av. Fernão de Magalhães
com possível deslocação ao Governo Civil (se o plenário o decidir);
􀀜 10H00 – Concentração de Enfermeiros na Praça da República, às (antecede a partida para Lisboa) e Conferência de Imprensa do SEP junto aos HUC no dia 30/09;
􀀜 11H30 – Concentração dos Trabalhadores da ESTACO (Cerâmica e Construção), junto ao Tribunal Cível;
􀀜 14H30 – Cordão humano de trabalhadores, dirigentes e delegados sindicais da Hotelaria;
􀀜 14H00 – Plenário de trabalhadores da COFISA na Figueira da Foz (STIANOR), com deslocação à entrada principal das instalações da empresa. Contacto com a Comunicação Social;
􀀜 15H00/17H00 – Sessão de esclarecimento, junto dos trabalhadores da SOPORCEL/ Figueira da Foz (Gráficos


U.S.CASTELO BRANCO
􀀜 Cordão Humano em Castelo Branco, que sairá da Escola Superior de Educação com destino ao Governo Civil, pelas 16H15.


VISEU
􀀜 Concentração entre as 12 e as 12H30 junto ao Governo Civil.


ALGARVE
􀀜 Plenário de Trabalhadores dos concelhos de Silves, Lagoa, Lagos, Portimão, Vila do Bispo,
Aljezur e Monchique, em Portimão, às 9H00, na sede do Sindicato das Conservas (Quinta do
Bispo):
􀀜 Plenário de Trabalhadores de Olhão, S. Brás, Faro, Loulé e Albufeira, em Faro às 12H00, frente à Escola Superior de Saúde (Enfermagem)
􀀜 Plenário de Trabalhadores dos concelhos de Tavira, Castro Marim e Alcoutim, em Vila Real de Santo António, pelas 14.30H, na Praça Marquês de Pombal.


SANTARÉM
􀀜 15h00 – Concentração em Abrantes, junto à Câmara Municipal com delegações de

trabalhadores metalúrgicos;
􀀜 17h30 – Concentração popular no Largo de “Os Águias”, em Alpiarça:
􀀜 16H00 – Deslocação para a rua dos plenários das empresas Branco & Carvalho e Metalúrgica
Benaventense, em Benavente;



PORTALEGRE
􀀜 Concentração de trabalhadores em Portalegre, pelas 12H e deslocação ao G. Civil para entregar documentos aprovados em plenários realizados de manhã.
􀀜 Ponte de Sor – Concentração de trabalhadores em luta com realização de uma Tribuna Pública (local a definir)


VIANA CASTELO
􀀜 Plenário nos Estaleiros Navais Viana Castelo às 15H30, aprovar documento com as reivindicações dos trabalhadores a entregar posteriormente.
􀀜 Plenário no dia 2 (dia 1 é feriado) nos Estaleiros do Atlântico Starfisher (Vila Nova Cerveira)


GUARDA
􀀜 Plenário na empresa DURA (ÀS 10H E 15H30); Plenário na BEIRALÃ;
􀀜 Distribuição do manifesto no conselho de Seia, no mercado e nas empresas; à tarde distribuição do manifesto na cidade da Guarda; possibilidade em aberto da realização de um jantar do 38º Aniversário da CGTP/IN na cidade da Guarda.


BRAGANÇA
􀀜 Plenário Regional de Dirigentes, Delegados e Activistas na Casa do Trabalhador em Bragança às 15.30 horas, com deslocação ao Governo Civil.


AÇORES


PONTA DELGADA
􀀜 Plenário de Dirigentes e Activistas e entrega de moção no Governo Regional;


ANGRA DO HEROÍSMO
􀀜 Plenário de Dirigentes e Activistas com saída à rua até à Praça Velha e entrega de moção no
Representante da Republica;


HORTA
􀀜 Plenário de Dirigentes e Activistas e entrega de moção na Assembleia Regional;


MADEIRA/FUNCHAL
􀀜 Manhã: Iniciativas envolvendo trabalhadores de várias empresas;
􀀜 Plenários de trabalhadoras das empresas: EMPRESA DE CERVEJAS DA MADEIRA (08H30); EMPRESA CIMENTOS DA MADEIRA (10H00).

Apresentação de “A Memória e o Fogo. Portugal: O Cenário Invertido da Eurolândia”, de Jorge Valadas ( no bar-livraria Gato Vadio, 1 de Out. às 21h30)

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“A Memória e o Fogo. Portugal: O Cenário Invertido da Eurolândia”, um livro de Jorge Valadas
Apresentação do livro e debate com o autor.
No bar-livraria Gato Vadio, R. do Rosário, 281, na cidade do Porto
1 de Outubro, quarta-feira, 21h30. Entrada livre.

Jorge Valadas nasceu em Lisboa em 1945. Exilou-se em Paris, após ter desertado da Guerra Colonial que o Estado português prosseguiu ente 1961 e 1974 contra Angola, Moçambique e Guiné-Bissau.
A inquietação de raiz libertária e a vocação para questionar o mundo estão presentes nos ensaios que Jorge Valadas publica desde 1972 quando se estreou com o livro “Le Tigre de papier” (Spartacus, 1972, Paris), sobre o desenvolvimento do capitalismo na China entre 1949-1971.
Entre outras obras referimos “Portugal, l'autre combat (Spartacus, 1975) : classe et conflit dans la société”, escrito com F. Avila, C. Orsoni, B. Lorry e C. Ferreira; Voyage au bord d'une Amérique en crise (Traffic, 1992) e Au-delà des passes montagnes du Sud-Est mexicain (Ab Irato, 1996), ambos escritos com Sylvie Deneuve.
Sob o pseudónimo Charles Reeve e em co-autoria com Hsi Hsuan Wou, publicou recentemente “China Blues, voyage au pays de l'harmonie précaire”, editado pela Gallimard.

Editado pela Letra Livre o livro de Jorge Valadas «A Memória e o Fogo. Portugal: O cenário Invertido da Eurolândia» é um ensaio crítico sobre a política, a sociedade e a cultura portuguesa. O autor traz à superfície factos da sociedade portuguesa que têm vindo a ficar submersos no pântano da “amnésia administrada”, como escreveu Júlio Henriques no prefácio.


Comentário sobre o livro:

O livro A Memória e o Fogo. Portugal: O Cenário Invertido da Eurolândia aborda temas políticos que continuam a ser um nó na garganta de quem quer (ou não quer?) reflectir com honestidade sobre o passado e o presente do país. Tem o condão de nos fazer reflectir sobre o beco sem saída em que se tornou este território à beira-mar plantado, sazonalmente desencalhado pelo turismo e ancorado em figuras de proa, como o excelentíssimo Presidente da EU, que praticam “os grandes crimes entre amigalhaços” preferindo o oportunismo, a guerra e a morte à dignidade humana, ou em “socialistas geração blair-b(l)ush que fecham escolas e maternidades porque, um dia, os nossos filhos deverão nascer e estudar no Cairo onde existem grávidas e estudantes que cumprem os requisitos estatísticos do real-socialismo-socrático .

Se nas últimas décadas a mentalidade de vistas curtas que imperou nos centros de poder do Estado e nos grupos económicos tinha como paradigma e exemplo fazer de cada português um trolha ou empreiteiro, para que cidades (como o Porto, exemplo crasso) tivessem o número de fogos em ruína por habitante dos mais altos da Europa; para construir a torto e a direito apartamentos nos subúrbios das cidades para ficarem vazios no silêncio do betão; para negligenciar os espaços verdes e as florestas do país (dos 500 mil desempregados oficiais deste país, quantos estariam dispostos a receber um salário precário de 500 euros para vigiar e cuidar das florestas?; quantos helicópteros privados de políticos plenos de suspicácia deixariam de ser contratados a peso de ouro para regar com água os fogos que alastram e que, num verão, destroem um terço da aérea florestal do país, se em vez de ideias aéreas e estratosféricas se cuidasse das florestas como se cuida do betão e do asfalto?); para permitir que a estratégia de despoluição de rios infestados pela ganância é encerrar as portas da indústria têxtil do Ave e pegar nos Ferraris e ir para a Roménia explorar outras mulheres; para fazemos do Ensino superior (?) uma corrente de caixas do Jumbo e do Pingo-Doce ou emigrantes via Ryan Air, então, o que poderemos esperar quando a injecção de capital de Bruxelas começar a fechar o gargalo?


http://gatovadiolivraria.blogspot.com/


Bar-livraria Gato Vadio
Rua do rosário, 281 – Porto
horário:
terça a domingo das 15h - 19h30 / 21h - 24h
encerramos à segunda-feira
tel. 220131894




Excertos do livro retirados do blogue:
http://frenesi-livros.blogspot.com/


[...] reflectindo sobre as consequências da Revolução Russa e sobre a agitação social e política em Portugal, Fernando Pessoa escreveu umas linhas a respeito das capacidades subversivas da classe proletária: “Entre o trabalhador do cérebro, como lhe chamam, e o trabalhador do braço não há identidade nem semelhança: há uma profunda, uma radical oposição. O que é certo é que entre um operário e um macaco há menos diferença que entre um operário e um homem realmente culto. O povo não é educável, porque é povo. Se fosse possível convertê-lo em indivíduos, seria educável, seria educado, porém já não seria povo. O ódio à ciência, às leis naturais, é o que caracteriza a mentalidade popular. O milagre é o que o povo quer, é o que o povo compreende. Que o faça Nossa Senhora de Lourdes ou de Fátima, ou que o faça Lenine, nisso só está a diferença. O povo é fundamentalmente, radicalmente, irremediavelmente reaccionário.” [Páginas de Pensamento Político, I, Mem Martins, Publicações Europa-América, 1986] [...]


Há pois algo de doentio na ideia de se classificar como meras perversões o queixume, o ódio, o rancor, a amargura ou o ressentimento, sobretudo entre as classes populares. A mensagem assim transmitida consiste em considerar a contestação, a revolta ou a recusa das situações ditas “normais” como actos puramente negativos, quase como patologias, sem nisso se detectar a manifestação (sem dúvida por vezes deformada) duma atitude crítica, duma irreverência contra o sistema.


Na verdade, trata-se de uma abordagem muito espalhada entre as elites lusitanas desiludidas pelo povo. João Medina – que tinha levantado a questão da ausência de utopia na cultura portuguesa [Revista de História das Ideias, vol. II, Lisboa, 1978-1979] – voltou posteriormente à caricatura do Zé Povinho para chegar à conclusão de que todos os momentos de revolta popular são redutíveis a irracionais impulsos de raiva. O historiador reconhece que há nesta figura “um autêntico cepticismo acrata, espontâneo e radical”, mas caracteriza-o como “não submetido ao crivo da reflexão filosófica” [Zé Povinho sem Utopia, Câmara de Cascais, 2004].

Na melhor das hipóteses, o anarquista não passa de um bombista. E sendo este estereótipo desprovido de utopia, é porque a utopia se revela de todo estranha à história do povo explorado. “As nossas revoluções históricas são carnavais disparatados, uma espécie de entrudos de aldeias dos macacos em que o delírio e a mais desbragada incapacidade de avaliar as dimensões do real verdadeiro são substituídos por um lirismo alucinante de crianças tontas.” Eis-nos assim perante o retorno pós-moderno à ideia do macaco-proletário de Pessoa – agora misturada com o realismo de Cunhal.


Quanto mais a vida se vai extinguindo na alienação, mais se vão apagando as referências ao passado, os marcos exteriores, o que provoca uma confusão e uma perturbação mental generalizadas. A vida actual carrega um passado em ruínas e o futuro anuncia-se como um presente sem porvir. O problema não está tanto no “medo de existir” [José Gil, Portugal Hoje: o Medo de Existir, Lisboa, Relógio d’Água, 2005], mas antes na imposta perspectiva duma existência sem sentido, consubstanciada no inultrapassável horizonte do capitalismo. Assim se concretiza a fatalidade de que falava Antero de Quental [Causas da Decadência dos Povos Peninsulares nos Últimos Três Séculos, Porto, 1871]: a submissão às forças dominantes da história. Aqui como noutras paragens, aqui mais ainda do que noutros lados, a democracia mercantil instala os seus balcões no campo da derrota, sobre os dilacerados sonhos de um mundo novo.


[...] Mas o que caracteriza o actual sistema democrático português é a especificidade da sua gestação: com efeito, este sistema não se construiu contra o antigo regime fascista, construiu-se, pelo contrário, no processo de “restabelecimento da ordem, contra um movimento social nitidamente subversivo”. Com uma característica particular: “o regime democrático procurou legitimar-se, paradoxalmente, perante a revolução e não perante a ditadura” [Luís Trindade, História, n.º 65, Lisboa, Abril de 2004]. O autoritarismo arrogante hoje exprimido pelas forças políticas democráticas – em particular pelo Partido Socialista – está profundamente enraizado nesta gestação.


Para além destes traços específicos, o que inegavelmente ficou comprovado na história da sociedade portuguesa contemporânea é a capacidade da democracia representativa para esmagar qualquer outra ideia de autonomia e de emancipação social, para aniquilar o imaginário de um outro mundo possível.


Deste modo, o que havia de melhor e de universal na mentalidade portuguesa foi sendo reduzido para reavivar os atavismos de subserviência, o provincianismo tacanho, os traços egoístas do “cada um por si”, característicos das sociedades pobres. Apesar disso, porém, no “recinto acanhado e quase sepulcral” de que falava Antero, hoje equipado com Tvcabo e telemóvel, ainda é possível descobrirmos vestígios dos valores emancipadores do passado. Encontram-se na palavra e nos escritos de algumas pessoas, nos resíduos da mentalidade popular que resiste ao discurso alienado da mercadoria, na experiência dos movimentos de revolta contra o obscurantismo dos poderosos. Enfim, na vitalidade das raras lutas que afrontam a lógica neo-liberal do capitalismo contemporâneo. [...]


O resto não passa de folclore local, dum cenário kitsch da formação capitalista europeia em gestação – cenário onde se agitam marionetas políticas que subempreitam fielmente as directivas de Bruxelas, fingindo governar.»


[...] Alimentar e gerir as ideologias do medo encontra-se hoje no âmago de qualquer política – o securitário é o “social” do nosso tempo. A imigração africana, menos qualificada e a que menores salários aufere, juntamente com os seus filhos, marginalizados em massa e excluídos, dependendo muitas vezes dos magros rendimentos da “economia ilícita”, são os actores preferidos para representar o papel de “classe perigosa”. Numa entrevista ao Jornal de Notícias do Porto, o sr. [António] Costa, então ministro socialista do Interior, após algumas fanfarronadas do género “a República não pode aceitar a violência de minorias” ou “vamos aumentar a presença policial nas praias”, sublinhou que não frequentava essas praias perto da capital – por estarem excessivamente poluídas. À demagogia juntou-se assim o desprezo de classe. Aos pobres as praias poluídas, frequentadas por virtuais gangs que furtam telemóveis; aos ricos, incluindo os socialistas, os golfes regados por já cansados lençóis freáticos. Vendo bem, assim o temos de entender, trata-se de um problema de pobres que tomam banho em águas poluídas e que se roubam entre si. Se isso puder justificar uma política securitária, tanto melhor.


Para além de tais imposturas, há hoje um efectivo receio nos círculos do poder, entre as classes abastadas. O espectro da “classe perigosa” está de volta a este país onde os possidentes têm tido a vida facilitada desde que foram esmagadas as aspirações revolucionárias de 1974-1975. [...]


Em Portugal, a actual crise social está a gerar uma nova violência, mais aberta, mais explosiva. Não anuncia horizontes novos, sendo certo porém que já acabou o tradicional brando consenso que fez a felicidade da burguesia portuguesa e dos seus políticos. O desastre económico e social, a rápida urbanização, o desemprego endémico e o reatar da emigração com novas formas precárias aceleram a desagregação dos laços familiares, o desenvolvimento da família monoparental. Estamos perante uma modernidade urbana onde os homens estão ausentes, onde os imigrantes substituem os emigrantes, onde as crianças são entregues a si mesmas e à solidão. A violência interiorizada, abafada, expressa no sofrimento da célula familiar, contra as mulheres e as crianças, escapatória tradicional entre os pobres, prossegue agora a par de uma nova violência, que se manifesta abertamente no terreno social, com diversas formas de agressividade e de afrontamentos, de delinquência. Como é óbvio, os valores da emancipação social não estão presentes nestas atitudes, muitas vezes simples reflexo da barbárie imposta pelo sistema. O niilismo dos ricos tem eco no niilismo dos pobres. Seja porém como for, é forçoso reconhecer que as taras da sociedade já não estão encerradas atrás das paredes do lar, como ocorria na antiga sociedade portuguesa.


[...]
A longa experiência colonial da sociedade portuguesa, com o seu somatório de horrores, está completamente ausente da memória oficial, da transmissão da história. Na melhor das hipóteses, presta-se homenagem pública à branda visão duma colonização paternalista ou à reivindicação de uma pretensa “cultura lusófona” partilhada com os antigos colonizados. Perante isto, como podemos nós espantar-nos com o facto de todas as questões em torno da guerra colonial continuarem a ser assunto tabu?


Seria errado dizer que as feridas da guerra cicatrizam lentamente; na realidade, é a própria ferida que se vê ignorada. Há alguns anos, sobreviventes do exército colonial criaram uma associação para fazer reconhecer oficialmente o seu sofrimento material e psíquico, com o desejo declarado de nomear os responsáveis por uma empresa bárbara que causou quase catorze mil mortos e trinta mil feridos nas forças armadas, bem como centenas de milhares de vítimas nas populações colonizadas. Num país que então tinha nove milhões de habitantes, quase milhão e meio de homens passou pela experiência da guerra, sofrendo ainda hoje de problemas psicológicos – o chamado “stress de guerra” – centenas de milhares desses ex-combatentes.

Esses antigos militares depressa se viram atolados no pântano das diligências, das promessas politicóides e de uma burocratização paralisante. E tais questões, consideradas sensíveis, foram relegadas para o esquecimento. Rever as circunstâncias históricas do horror que marcou a história recente do país leva-nos necessariamente a sublinhar a natureza colonial do Estado-nação – a famosa “Índia” de que falava Antero – e a desvendar a essência bárbara e sangrenta da “missão civilizadora” em que se alicerça o mito nacionalista português, fulcral na produção e reprodução da “identidade nacional”. [...]


Recorrendo aos arquivos disponíveis da antiga polícia política do salazarismo – que estabeleceu uma rede de informadores tão vasta como a própria Stasi da Alemanha de Leste –, Dalila Cabrita Mateus [in A PIDE / DGS na Guerra Colonial, 1961-1974, Lisboa, Terramar, 2004] sublinha o papel determinante dessa instituição repressiva na condução da guerra, as relações que tinha com os serviços secretos estrangeiros e, por último, o modo como o sistema democrático pós-salazarista protegeu os seus antigos agentes. Em 1954, quando na metrópole a repressão dos militantes e das correntes da oposição se encontravam “no bom caminho”, a polícia política salazarista deslocou metade dos seus efectivos para as colónias, onde se tornou uma segunda administração. De início ocupada a perseguir os militantes nacionalistas, quando foi declarada a guerra, a PIDE mostrou-se particularmente eficaz, desempenhando um papel essencial de informação no desmantelamento das redes da guerrilha anticolonialista. Foi então que essa polícia política revelou plenamente o seu carácter terrorista, conduzindo operações especiais de comandos, praticando a tortura, levando a cabo massacres em grande escala, organizando o assassinato de pessoas seleccionadas, criando e administrando campos de concentração. A guerra colonial foi o momento histórico distintivo em que o fascismo português mostrou a sua verdadeira natureza, totalitária e bárbara.


[...] Após a derrocada do antigo regime e do sistema colonial, os principais chefes e responsáveis da organização terrorista do Estado nas colónias encontraram formas de escapar, mais facilmente ainda que os agentes da PIDE que operavam em Portugal, ajudados como foram pelos serviços secretos de outros Estados e protegidos pela hierarquia militar portuguesa, inclusive pelos chefes golpistas agora vestidos de democratas. É inútil salientar que nenhum desses criminosos foi julgado e que nem sequer foram presos. A maior parte vive hoje com tranquila reforma de funcionário público. Outros, situados em posições cimeiras na hierarquia e directamente envolvidos nos massacres, desapareceram para sempre sem deixar rasto, como nos bons romances policiais.


Tais coisas revelam, uma vez mais, os elos que unem o antigo poder autoritário e a nova democracia parlamentar, ilustrando a continuidade burguesa da vida política. Em 2005, a nomeação dum antigo importante apparatchik salazarista para ministro dos Negócios Estrangeiros do governo socialista [Diogo Freitas do Amaral] simbolizou a conclusão do trabalho de revisionismo histórico empreendido desde há anos pelas diversas oficinas de propaganda do novo regime democrático. E explicam também a reticência destes últimos em relação a todo o trabalho crítico relativo à memória histórica. [...]


Não é pois de espantar que as obras que abordam estas questões esbarrem no silêncio cortês dos media e sejam relegadas para o fundo das gavetas pelos profissionais das ideias politicamente correctas. Foi o que aconteceu ao livro de Dalila Cabrita Mateus, A PIDE / DGS na Guerra Colonial, 1961-1974, que aborda um aspecto particular dessas bárbaras páginas com que se encerrou a epopeia sangrenta do colonialismo português. [...]»

[in A Memória e o Fogo. Portugal: O Cenário Invertido da Eurolândia: Lisboa, Letra Livre, 2008]