31.12.07

Se querem um Ano Novo, que seja mesmo a valer...

Se querem um Ano Novo,
que seja mesmo a valer,
ponham o Sócrates na rua,
que não se irão arrepender.


Bom Ano Novo de 2008

( mensagem recebida )

Músicas e músicos de África

Para acabar o ano de 2007, e começar o novo ano com coragem e determinação…


Etran Finatawa
(música tuareg do Níger)





Etran Finatawa no @womad





Mariem Hassen ( cantora saharui)


Actuação no II Festival das Três Culturas de Frigiliana em Agosto de 2007





Conversa com Mariem Hassen ( cantora saharui)






Djelimady Tounkara


Djelimady Tounkara no Womad 2006









MALI

Oumou Sangare ( músico do Mali)

Oumou Sangare no Festival in the Desert : 2003












Rokia traoré









SENEGAL

Nuru Kane ( do Senegal)














Baaba Maal ( do Senegal)




Poemas dos detidos em Guantánamo ( do livro : Poems from Guantanamo: the detainees speak)

"O Father, this is a prison of injustice.
Its iniquity makes the mountains weep.
I have committed no crime and am guilty of no offense.
Curved claws have I,
But I have been sold like a fattened sheep."

Abdulla Thani Faris al Anazi, cidadão da Arábia Saudita, foi preso pelo exército norte-americano no Afeganistão, e com um perna amputada foi levado para Guantanamo pelos militares americanos, e desconhecendo as razões e os motivos para a sua prisão refugiou-se na poesia para expressar as suas angústia e a injustiça da sua situação. Durante o primeiro ano foi impossível escrever o que quer que fosse dadas as difíceis condições em que os detidos viviam e as circunstâncias em que foram submetidos.

No entanto, uma série de poemas foram transportados para fora do campo de Gantanamo e compilados pelo advogado Marc Kalkoff, a quem cabe a defesa de 17 detidos.


“To My Father”
Por Abdulla Thani Faris al Anazi, preso em Guantanamo

Two years have passed in far-away prisons,
Two years my eyes untouched by kohl.
Two years my heart sending out messages
To the homes where my family dwells,
Where lavender cotton sprouts
For grazing herds that leave well fed.

O Flaij, explain to those who visit our home
How I used to live.
I know your thoughts are swirled as in a whirlwind,
When you hear the voice of my anguished soul.
Send sweet peace and greetings to Bu’mair;
Kiss him on his forehead, for he is my father.
Fate has divided us, like the parting of a parent from a newborn.

O Father, this is a prison of injustice.
Its iniquity makes the mountains weep.
I have committed no crime and am guilty of no offense.
Curved claws have I,
But I have been sold like a fattened sheep.

I have no fellows but the Truth.
They told me to confess, but I am guiltless;
My deeds are all honorable and need no apology.
They tempted me to turn away from the lofty summit of integrity,
To exchange this cage for a pleasant life.
By God, if they were to bind my body in chains,
If all Arabs were to sell their faith, I would not sell mine.

I have composed these lines
For the day when your children have grown old.

O God—who governs creation with providence,
Who is one, singular and self-subsisting,
Who brings comfort and happy tidings,
Whom we worship—
Grant serenity to a heart that beats with oppression,
And release this prisoner from the tight bonds of confinement.


Um poema de Jumah al-Dossari' é lido por y Riz Ahmed, um dos actores do filme "Road to Guantánamo", no video que se segue.
Nota: Jumah al-Dossari foi solto em 2007 depois de estar detido em Guantanamo mais de 5 anos , tendo passado pelo isolamento s numa cela desde o fim de 2003., e tentado o suicídio por diversas vezes







Vanessa Redgrave lê poemas da antologia «Poems from Guantanamo: the detainees speak»





O poeta Andrew Motion o trabalho do afegão Abdur Rahim Muslim Dost que foi solto de Guantanamo em 2005. Regresado ao Paquistão, ele foi preso novamente em local desconhecido, encontrando-se actualmente numa prisão paquistanesa

O jazz ficou mais pobre com a morte do pianista Oscar Peterson

O jazz ficou mais pobre com a morte do célebre pianista e compositor canadiano Oscar Peterson. O primeiro músico negro de uma orquestra de baile popular na metrópole de Québec, tinha quase 70 anos de carreira
Morreu Oscar Peterson, um dos ícones do piano jazz. Peterson, nasceu em 1925 em Montreal, começou a tocar com 15 anos e, três anos depois, integrou a orquestra dum músico canadiano, Johnny Holmes, onde apurou as suas faculdades técnicas. Morreu com complicações renais no passado dia 23.
Tocou com lendas como o trompetista Dizzy Gillespie e o saxofonista Charlie Parker.
Peterson era conhecido pela sua versatilidade ao piano, exercitando sua criatividade em estilos variados como o bebop e o boogie woogie




Oscar Peterson - You Look Good To Me


Oscar Peterson -The Quartet Live feat.Joe Pas-Soft Winds

Perdido - Ben Webster and Oscar Peterson 1973.



Oscar Peterson & Count Basie - Slow Blues

O "LIFTING" NACIONAL ( por Manuel António Pina)

Crónica deManuel António Pina publicada no Jornal de Notícias de 28 de Dez- de 2007

Com uma campanha de três milhões comprada a uma agência de publicidade, o Governo quer apagar - vem no texto de apresentação da campanha - a imagem de subdesenvolvimento, iliteracia, corrupção e recorrentes indicadores estatísticos de miséria de Portugal.

O ministro da Economia é um homme du monde e, para milagres, não vai ao Professor Karamba, vai a uma agência de publicidade.
Em vez do Abracadabra! do Professor, a agência pronuncia as palavras mágicas West Coast of Europe e o país transforma-se de um momento para o outro, em (ainda a crer no texto de apresentação da campanha) surf, qualidade de vida, Hollywood, criatividade, entretenimento, Los Angeles, S. Francisco, Las Vegas, Silicon Valley.

Para o lifting nacional ser total, a agência usou imaginosamente, em vez de Amália, uma foto de Marisa, em vez de Eusébio, Mourinho e Cristiano Ronaldo (só falta a nova basílica para a trilogia Fado, Futebol & Fátima ficar completa).

A agência quis ainda (não é invenção do cronista, quis mesmo!) mudar a bandeira, pois isso constituiria um evento mundial maior do que, coisa banal, acabar com a iliteracia, a corrupção e a miséria, mas o ministro hesitou.
A bandeira ficará para depois.
Para quando Tony Carreira acabar de escrever o novo hino.

M.A.P.