3.11.07

A voz, o grito e a música inesquecível de Catherine Ribeiro




http://www.catherine-ribeiro.com/

Catherine Ribeiro é uma cantora e actriz francesa nascida em 1941 de origem portuguesa, e que participou no grupo Alpes, já extinto. Participou ainda em filmes de Jean-Luc Godard. Tornaram-se célebres os seus gritos poéticos, de sofrimento e provocação nas canções. Numa entrevista ao jornal L’Humanité ela confessa-se de esquerda por convicção e pelas suas origens sociais ( o pai português era operário fabril), e libertária por exigência biológica, para afirmar: «sempre fui solidária das lutas da classe operária. Porém, nunca aderi a um partido, apesar de os acompanhar frequentemente nos seus combates». ( ler a entrevista
aqui)

http://fr.wikipedia.org/wiki/Catherine_Ribeiro




Todos os direitos estão na Natureza
(TOUS LES DROITS SONT DANS LA NATURE)


Le droit de baiser
Le droit de fondre en larmes
Le droit de s’épanouir
Le droit d’être exigeant
Et d’exiger
Le droit d’être riche
De presque rien
Le droit d’être pauvre
De toutes les richesses
Le droit de soulever
Des montagnes
Le droit d’accoucher
De toutes les tendresses
Le droit de penser
Haut et fort
Sans être mutilé
Le droit d’opinion
Les droits de l’immigré
Le droit au travail
Le droit de manger
Quand on a faim
Le droit de faire
Et de défaire
Le droit à la paresse
Le droit d’aimer
Sans être châtré
Le droit à la faiblesse
A la fragilité
Le droit à l’intelligence
Le défi à la connerie
Le droit du plus fort
Pour mieux protéger
Le droit de l’arbre
Face à la tronçonneuse
Le droit de s’amuser
Sur les pelouses interdites
Le droit de sanctionner
Un pouvoir déficient
Le droit de frapper
Malgré les menottes
Le droit de rire
De devenir fou
Le droit de s’éclater
A l’herbe sauvage
Le droit de crier, de hurler
Le droit de crier, de hurler
Le droit d’être enfin reconnu
Le droit d’être enfin reconnu -
Musique de P. MOULLET et paroles de C. RIBEIRO


Discografia

• Dieu me pardonne (45 tours) (1965)
• Le chasseur (45 tours) (1966)
• Sœur de race / Voyage 1 avec 2bis (45 tours) (1969)
• Avec 2bis (1969)
• N° 2 + Alpes (aussi connu sous le nom de Catherine Ribeiro + Alpes) (1970)
• Âme debout + Alpes (1971)
• Jusqu'à ce que la forme de t'aimer me manque + Alpes (1972)
• Paix + Alpes (1972)
• Le rat débile et l'homme des champs + Alpes (1974)
• La solitude (poème non épique) (1975)
• Liberté ? + Alpes (1975)
• Les partisans/ La Varsovienne (avec les chœurs de l'armée soviétique) (45tr) (1976)
• Bande originale du film Dernière sortie avant Roissy (45 tours) (1977)
• Le blues de Piaf (1977)
• Le temps de l'autre (1977)
• Jacqueries (1978)
• Bande originale du film La vie à prendre (45 tours) (1979)
• Passions (1979)
• La déboussole (1980)
• Soleil dans l'ombre (1982)
• Percuphonante (1986)
• Tapages nocturnes (1987)
• 1989 déjà ! (1988)
• L'amour aux nus (1992)
• Fenêtre ardente (1993)
• Vivre libre (1995)
• La symphonie pastorale, André Gide (1995)
• Chansons de légende (1997)
• Live au théâtre Toursky (2002)
• Libertés ? (4 CD) (2004)
• Catherine Ribeiro chante RIBEIRO Alpes (2006)
Signalons également deux CD de compilation sortis en 1988, dont un dans la collection Master Série.





Os transgénicos chegam ao palco !


Vem participar em toda a magia do teatro

lutando por uma causa justa!

Durante o mês de Novembro vamos criar no Centro Social da Mouraria uma peça sobre transgénicos, com elementos de Teatro-Forum, para apresentar em escolas, na rua e junto das comunidades

Durante o workshop vamos:
- aprender sobre os transgénicos
- criar uma peça
- escrever o texto
- trabalhar na expressão corporal e de voz
- criar um cenário (música, adereços, imagens)

O workshop é gratuito, mas exige comprometimento e disponibilidade durante os ensaios e as exibições

Direcção artística: António M. Rodrigues (gentilmente cedido pela Eclipse Arte)

Inscrições limitadas

Os ensaios têm lugar no Centro Social de Mouraria
Grupo Desportivo/ Travessa de Nazaré 21, 2º
Metro: Martim Moniz

As datas de ensaio serão definidas no primeiro encontro, dia 7 de Novembro no Centro Social de Mouraria

Enviar carta de motivação para
eclipsearte@gmail.com ou
csm@gaia.org.pt
mais informações? Liga 960140182

IX Curso Livre de História Contemporânea - "História, Memória e Democracia - Portugal/Espanha"


Sob o lema "História, Memória e Democracia - Portugal/Espanha" decorre entre 12 e 17 de Novembro de 2007 o IX Curso de História Contemporânea, organizado pelo Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Nova de Liboa e a Fundação Mário Soares.

Do folheto da Organização, salientamos o propósito do tema deste ano: "O tema escolhido prende-se com o propósito dos organizadores abordarem a forma como, em ambos os países, onde o assunto é tão actual, é tratada a história da luta pela conquista da liberdade e da democracia e salvaguardada a sua memória, pelos poderes instituídos e pela sociedade civil."

Programa:

12 de Novembro - 2ª feira - 14.30 - Abertura do Curso
Reitor da UNL
Director da FCSH,
Presidente da FMS
Presidente do Instituto de História Contemporânea

15.30 - Lição inaugural - Prof. Doutor Fernando Rosas - Director científico do Curso

16.15 - Debate

13 de Novembro - 3ª feira -Transição pactuada e Memória dos Vencidos em Espanha

15.00 - Apresentações
Prof.ª Carme Molinero - Universidade Autónoma de Barcelona
Prof. Ismael Saz – Universidade de Valencia

17.00 - Pausa

17.10 - Prof. Julian Casanova – Universidade Saragoça

17.50 - Comentador: Prof. Doutor Manuel Loff, F.L. Universidade do Porto

18.30 - Debate

14 de Novembro - 4ª feira - Memória e História da Ditadura no Portugal democrático

15.00 - Apresentações
Prof. Doutor Luís Reis Torgal – F. L. da Universidade Coimbra

Prof. Doutor António Costa Pinto – Instituto de Ciências Sociais

Dr. José Pacheco Pereira - ISCTE

17.00 - Pausa

17.10 - Comentador: Prof. Joseph Sanchez Cervelló – Universidade Rovira Y Virgil, Tarragona

17.50 - Debate

15 de Novembro - 5ª feira - Ditadura e Resistência – Os Arquivos da Memória

15.00 - Mesa-Redonda
Dr. Silvestre Lacerda – Director do IAN – Torre do Tombo
Dr. José Ramón Cruz Mundet – Subdirector Geral de Arquivos de Espanha
Dr. Alfredo Caldeira – Administrador do Arquivo & Biblioteca da Fundação Mário Soares
Dra Natércia Coimbra - Centro de Documentação 25 de Abril, Universidade de Coimbra

17.00 - Pausa

17.10 - Comentador: Prof.ª Doutora Irene Pimentel (IHC /FCSH/UNL)

17.30 - Debate

16 de Novembro - 6ª feira - Memória da Resistência. Os testemunhos

15.00 - Testemunhas
Edmundo Pedro (“Não Apaguem a Memória”)
Aurélio Santos (U.R.A.P.)
Raul Morodo
Santiago Carrillo
Mário Soares

17.30 - Debate

17 de Novembro - Sábado

10.00 - Mesa-redonda - Políticas para a Memória
(Representantes das opiniões políticas com assento parlamentar – PS, PSD, PCP, PP e BE)

11.40 - Debate

12.40 - Encerramento do Curso Livre



http://ihc.fcsh.unl.pt/page.php?ID=1678

VI Encontro de História de Vila do Conde(dia 8 Nov.): Invasões Francesas - uma análise 200 anos depois


Pelo sexto ano consecutivo a Câmara Municipal de Vila do Conde organiza, através do Arquivo Municipal, mais um Encontro de História de Vila do Conde.
Este evento tem procurado, nas suas edições anteriores, colocar em destaque um tema da História ou da História local, que têm coincidido com o assinalar de datas de relevo para Vila do Conde e o seu concelho, proporcionando, desta forma, um ciclo de comemorações.


Assim, o tema escolhido para o Encontro de História de Vila do Conde deste ano foi a passagem dos 200 anos das invasões francesas em Portugal.


Efectivamente, em Outubro de 1807, tropas associadas em Baiona, sob o comando do General Junot, começam a dirigir-se para as fronteiras portuguesas, acabando por se efectivar a primeira das 3 invasões que o território português viria a sofrer e levando à retirada da Corte para o Brasil em Novembro desse mesmo ano. A nomeação de um Conselho de Regência seria provisória, uma vez que Junot o viria a destituir, bem como à Casa de Bragança. Dos locais públicos são banidas ou ocultadas armas reais e insígnias da Casa de Bragança e Vila do Conde não foi excepção. Na frontaria da Igreja Matriz foram picadas as armas de D. Manuel e as freiras do Mosteiro de Santa Clara foram obrigadas a pagar uma pesada contribuição de guerra, na sequência de medidas gerais tomadas e viram ainda a clausura do Mosteiro devassada.


Estas e outras questões em torno das invasões francesas serão abordadas no próximo dia 8 de Novembro, no Auditório Municipal, onde teremos a presença do Prof. Doutor Oliveira Ramos, Profª. Doutora Ana Cristina Araújo, Prof. Doutor João Marques, Profª. Doutora Marta Lobo, Prof. Doutor Jorge Ribeiro, Mestre Henrique Matos, Mestre Rogério Borralheiro, Prof. Doutor Viriato Capela, e Prof. Aurélio de Oliveira.


Ainda durante o evento será lançado o sítio “Vila do Conde Quinhentista” um trabalho que procura ilustrar Vila do Conde no século XVI: A Vila, o porto, o traçado urbano, edifícios de quinhentos e principais fontes.


Dirigido à comunidade educativa, investigadores e a todos os interessados pela História, o VI Encontro de História tem já as inscrições abertas, através dos seguintes contactos:

tel. 252 248 431,


fax: 252 641 853.


A entrada é gratuita.

Edição do Cinanima deste ano começa já no dia 5 de Novembro em Espinho

O CINANIMA - Festival Internacional de Cinema de Animação de Espinho está na sua 31ª Edição, que decorrerá de 5 a 11 de Novembro de 2007.

O CINANIMA oferece aos amantes da sétima arte um programa diversificado e de vanguarda. Para além da secção competitiva internacional, contempla ainda uma série de actividades que vão desde a organização de workshops, debates, exposições, passeios turísticos e sessões especiais e retrospectivas.

O CINANIMA é já conhecido por proporcionar ao seus convidados e público em geral um ambiente agradável, descontraído e familiar. Criam-se, assim, amizades que perduram ao longo do tempo.

http://www.cinanima.pt/
Filmes a Concurso

Luís Cília: cantor, compositor e resistente anti-fascista e anti-colonial


Consultar: http://agcolos.drealentejo.pt/index.htm



Luis Cília nasceu no Huambo ( Angola ), em 1943.
Veio para Portugal em 1959,para prosseguir os seus estudos.
Em 1962 conheceu o poeta Daniel Filipe que o incentivou a musicar poesia. Datam desse ano as suas primeiras experiências nesse campo ( "Meu país", " O menino negro não entrou na roda" ,etc.),mais tarde incluidos no seu primeiro disco,gravado em França, para a editora Chant du Monde. Em abril de 1964 partiu para Paris,onde viveu até 1974.
Em França estudou guitarra clássica com António Membrado e composição com Michel Puig.
Entre 1964 e 1974 realizou recitais em quase todos os países da Europa .
Depois do seu regresso a Portugal continuou a gravar discos, como compositor e intérprete e a realizar recitais.Como intérprete, gravou dezoito discos, alguns dos quais dedicados a poetas ,tais como, Eugénio de Andrade ("O peso da sombra") Jorge de Sena ("Sinais de Sena"), ou David Mourão Ferreira ("Penumbra").
Nos últimos anos tem-se dedicado apenas à composição, nomeadamente para Teatro, Bailado e Cinema.



Texto de José Mário Branco sobre Luís Cília:

Quando cheguei, exilado, a Paris em 1963, já lá vivia e cantava o Luís Cília. Por essa altura (ou mesmo antes?) me lembro de ouvir o que foi, salvo erro, o seu primeiro álbum na célebre editora "Chant du Monde". Do seu contacto estreito, em Lisboa, com o poeta Daniel Filipe - o da "Invenção do amor" - nasceu o seu estilo pessoal de musicar poesia editada, estilo que marcou fortemente o então chamado movimento dos "baladeiros".
Se bem que tenhamos tido diferentes olhares sobre a oficina das canções, e por vezes até divergências, o certo é que o Luís Cília foi um autor e intérprete incortornável do canto de resistência antifascista e anticolonial. É sem dúvida um "histórico" da música popular portuguesa.
Também é de realçar o seu longo e aturado trabalho de aprendizagem musical, sobretudo de composição, coisa que era (e ainda é) pouco comum nos meios da música popular. E também o excelente relacionamento que, nesse período de Paris, até 74, foi mantendo com nomes importantes da canção e da música,como Paco Ibañez, Georges Brassens, Quarteto Cedron, etc.
Voltámos para Portugal no mesmo avião, em 30 de Abril de 1974. Aterramos juntos em Lisboa ao princípio da tarde dessa terça-feira. À porta do aeroporto, cantamos juntos a "Grândola Vila Morena", na companhia de um povo livre e feliz, e de amigos como José Afonso, Adriano, José Jorge Letria, José Carlos Ary dos Santos e muitos outros.
O Luis remeteu-se, há muitos anos, ao labor mais discreto de compositor e produtor. Mas é uma referência importante quando se tenta perceber o papel dos cantautores na mudança histórica deste país.


Discografia de Luís Cília:

A discografia de Luís Cília é vasta. Compõe-se por aproximadamente duas dezenas de discos, onde predominam o vinil: LP´s, EP´s Singles e 2 CD’s, sendo um deles de originais. Luis Cilia participa também em vários discos de festivais ao vivo na Europa. Interpreta essencialmente obras suas, com excepção das obras do cancioneiro português (discos “O guerrilheiro” e o “Cancioneiro”) duas canções traduzidas de George Brassens, e as canções “Povo unido jamais será vencido” do Quilapayun e “Grândola Vila Morena”, em colectivo no Festival de Helsínquia.


1964 - "Portugal-Angola: Chants de Lutte" (França)
1965 - "Portugal Resiste" (França)
1967 - "La Poésie Portugaise de nos jours et de toujours" nº1 (França e Espanha)
1967 - “O Salto” (França)
1969 - "La Poésie Portugaise de nos jours et de toujours" nº2 (França)
1971 - "La Poésie Portugaise de nos jours et de toujours" nº3 (França)
1973 - "Contra a ideia da violência a violência da ideia" (França, Espanha e Portugal)
1073 - “Meu País” (Portugal e França) reedição melhorada do LP “Portugal,Angola - Chants de Lutte”
1974 - "O guerrilheiro" (Portugal)
1974 - “O povo unido jamais será vencido” ( Portugal)
1975 - "Resposta" (Portugal e França)
1976 - "Memória" (Portugal, Itália, Espanha, RDA e Bulgária)
1978 - "Transparências" (Portugal)
1980 - "O peso da sombra - A poesia de Eugénio de Andrade" (Portugal)
1981 - "Marginal" (Portugal)
1982 - "Cancioneiro" (Portugal) reedição de “O guerrilheiro”
1983 - "Contradições" (Portugal)
1985 - "Sinais de Sena - A poesia de Jorge de Sena" (Portugal)
1987 - "Penumbra - A poesia de David Mourão Ferreira" (Portugal)
1988 - "A Regra do Fogo - música para bailados" (Portugal)
1995 - "Bailados - música para bailados" (CD - Portugal)
1996 - "La Poésie Portugaise de nos jours et de toujours" (CD- França) colectânea parcial dos 3 LP homónimos


Canto do desertor

Oh mar… oh mar…
Que beijas a terra,
Vai dizer à minha mãe
Que não vou p`rá guerra.

Diz, oh mar, à minha mãe,
Que matar não me apraz
No fundo quem vai à guerra
É aquele que a não faz.

Vou cantar a Liberdade,
Para a minha Pátria amada,
E para a Mãe negra e triste
Que vive acorrentada.

Mas a voz do nosso povo,
No dia do julgamento,
Te dirá a ti, oh mar.
E dirá de vento a vento,

Quem são os traidores,
Se é quem nos rouba o pão
Ou se nós os desertores
Que à guerra dizemos «Não».







Sou barco ( poesia de António Borges Coelho)


Sou barco abandonado
Na praia ao pé do mar
E os pensamentos são
Meninos a brincar.

Ei-lo que salta bravo
E a onda verde-escura
Desfaz-se em trigo
De raiva e amargura.

Ouço o fragor da vaga
Sempre a bater no fundo,
Escrevo, leio, penso,
Passeio neste mundo
De seis passos
E o mar a bater ao fundo.

Agora é todo azul,
Com barras de cinzento,
E logo é verde, verde,
Seu brando chamamento.

Ó mar, venha a onde forte
Por cima do areal
E os barcos abandonados
Voltarão a Portugal.



Outro vídeo de Luís Cília: ver
aqui