5.7.07

Apresentação-debate do livro Futuro Primitivo de John Zerzan

Apresentação do livro "O Futuro Primitivo" de John Zerzan.

dia 6 de Julho sexta-feira 21:30 h

Local: Galeria Sargadelos Rua Mouzinho da Silveira, 294 Porto



Debate com Rui Pereira, António Alves da Silva, André Martins e António Luís Catarino

As ideias de John Zerzan situam-se na crítica à tecnologia e à cultura simbólica como origem da degenerescência da Humanidade que a iniciou com o advento da agricultura e da domesticação de toda a vida humana e da natureza. Rejeita, portanto, a divisão social e sexual do trabalho e o patriarcado, assim como a separa-ção entre a Natureza e a Cultura. Singular, na visão de Zerzan, é a síntese de várias correntes filosóficas que elabora na crítica à sociedade moderna e pós-moderna como suportes que fazem parte de um mundo que se encontra moribundo. As fontes teóricas do Primitivismo a que Zerzan dá voz vão desde Adorno, aos situacionistas, à antropologia, ao luddismo, à ecologia e ao feminismo, assim como às correntes igualitárias e anti-autoritárias americanas e europeias. O Futuro Primitivo é, para nós, a obra mais marcante de John Zerzan. Para além de reflectir uma revisitação teórica da Pré-História, ataca violentamente as ideias pre-concebidas da antroplogia oficial e dá-nos a possibilidade de encontrar uma ténue saída para a catástrofe iminente.
Deriva Editores

www.derivadaspalavras.blogspot.com

Curta-metragem portuguesa sobre a tortura de sono

A nossa fonte foi o excelente blogue O país do Burro : ver aqui

Fazer um filme em torno da tortura do sono é certamente uma tarefa espinhosa, mas foi a isso que José Barahona se lançou com a preciosa ajuda do escritor Mário de Carvalho. Recorde-se que a tortura do sono foi um dos métodos mais utilizados pela PIDE, a polícia política do Regime fascista de Salazar-Caetano para vergar e submeter os prisioneiros anti-fascistas.


«Repressão e tortura são assuntos de que todos ouvimos falar, mas só alguns portugueses, felizmente, o sentiram na pele. “Quem é Ricardo?”, uma curta-metragem de José Barahona (2004), retrata precisamente esse ambiente de detenção e tortura do preso político, uma das imagens de marca do Estado Novo, e um dos métodos mais utilizados pela PIDE, dos mais violentos, a tortura do sono.
Na fortíssima violência psicológica que atravessa todo o filme, destaco uma das cenas em que o personagem Engenheiro diz qualquer coisa como “A História há-de julgar-vos”.
Lembrar-se-ão, como eu, da recente eleição do “melhor português de sempre” e todos terão notado a presença na nossa sociedade de uma certa corrente revivalista e branqueadora do regime criminoso que vigorou em Portugal durante 48 anos, que o apelida de “a mais branda ditadura da Europa”. Aqui estão 35 minutos que mostram bem essa brandura, sem retratar as sequelas que a tortura do sono deixa para toda a vida.

Ficha técnica do filme «Quem é Ricardo» (Portugal, 2004)

Realizador: José Barahona
Intérpretes: Augusto Portela, Luís Mascarenhas, Quim Cachopo, João Didelet, Heitor Lourenço, João Miguel Rodrigues, André Gago, António Marques, Jorge Estreia.
Argumento: Mário de Carvalho
Fotografia: Leonardo Simões
Som: Quintino Bastos
Montagem: Isabel Antunes, José Barahona
Duração: 35 min.
Formato: Betacam
DigitalProdução: Cinequanon
Financiamentos: ICAM, RTP.


Festival internacional de gigantes (de 6 e 8 de Julho na Vila de Pinhal Novo, em Palmela)

«Esta é a Festa das Culturas, do teatro que, entre tradição e invenção, traz à rua a gente que, a um mesmo tempo, se espanta, mas também se reconhece.»


De 6 e 8 de Julho os Gigantes invadem a Vila de Pinhal Novo, naquela que será a 6ª edição do FIG. Promovido pela Câmara Municipal de Palmela, em conjunto com os parceiros Bardoada – O Grupo do Sarrafo, ATA – Acção Teatral Artimanha, Associação Juvenil COI e PIA – Projectos de Intervenção Artística, o Festival Internacional de Gigantes ocupa lugar de destaque no cartaz cultural da região e do país, ao reunir a cultura tradicional com a contemporaneidade, numa festa para todos os públicos.

Festival inédito de cruzamento entre as artes tradicionais e as expressões mais contemporâneas do teatro, da música e da dança. O FIG é espaço por excelência de divulgação da arte dos gigantones, na sua componente tradicional, e das figuras de grande proporção no universo do espectáculo.

Figuras míticas que, desde o século XIII, “povoam” a Península Ibérica, assumem o papel principal nesta celebração do teatro, das Culturas e também da Música. Chegam reinventados em mil formas - tantas quantas permite a imaginação - entre fogo, luz e cor.

São os cabeçudos, os gigantones, os zés pereiras das nossas aldeias, e com eles, as máscaras, os caretos, as marionetas e outras formas animadas, sempre ao som ritmado e ancestral de gaitas, bombos e outras percussões.

O FIG integra, como membro fundador, a Rede de Festivais de Cultura Popular – uma rede internacional, constituída em 2004 por festivais de Portugal, Espanha, Itália e Brasil. A Rede tem, como principais objectivos, a criação de um circuito de comunicação intercultural e de promoção das diferentes identidades regionais e nacionais, no respeito pelos valores da interculturalidade, da cidadania, da tolerância e da solidariedade.

http://www.festivalinternacionalgigantes.org/
http://www.festivalinternacionalgigantes.org/programa.htm

II Festival Voz de Mulher (5 a 8 de Julho no Teatro Aveirense)

Fátima Miranda vai estar em Aveiro
no II Festival Voz de Mulher

Este Festival tem como principais objectivos promover o papel da Mulher na música, centrado na Voz, criando momentos específicos de apresentação e desenvolvimento artísticos. O Festival pretende reunir Cantoras que usam a Voz como forma principal da sua expressão artística. Mulheres que tenham desenvolvido investigação e ou experimentação em torno da Voz, não só como fonte sonora do canto e da palavra, mas também como instrumento capaz de criar uma linguagem musical e artística própria.



O Festival reúne um conjunto diverso de actividades: Espectáculos, Workshops, Colóquios e uma Feira de Discos, visando atrair novos públicos, formar públicos profissionais e estudantis e incentivar novas abordagens no panorama musical português.



O programa integra três espectáculos na Sala Principal: Fátima Miranda, com “Diapasion”, dia 5 de Julho, Amélia Cuni, dia 7 de Julho, em duo com Werner Duran, apresenta-nos um espectáculo intitulado “Old Trends And NewTraditions In Indo-European Music”, às 21H30. A fechar este mesmo dia (7), Anna Kaisa Liedes e Kristiina Ilmonen, às 23H00.



Na Sala Estúdio, realizar-se-ão Workshops e Colóquios, orientados para um público profissional e estudantes da área do canto.



O Festival promove o desenvolvimento de investigação e experimentação para o público profissional e a participação de todos os públicos na celebração da Voz Feminina.


http://www.teatroaveirense.pt/



Fátima Miranda


Diz quem escuta este concerto de Fátima Miranda, «Diapasión», que a sua imaginação viaja para África, o Japão, a Índia, o mar, uma floresta, um templo, um mercado ou para um estúdio de música electro-acústica. Porque não? Todos temos de alguma forma uma memória inconsciente das músicas e dos sons do passado e de sensações a elas associadas, um armazém de tudo o que conhecemos, mas do qual não estamos conscientes. Uma escuta subtil ajuda ao aparecimento de sensações mais ou menos escondidas. Depois de muitos anos de investigação e estudo, Fátima Miranda desenvolveu um reportório totalmente pessoal e inovador.



A sua utilização da voz ultrapassa os limites do possível. Na sua obra, a voz é explorada através de todas as possibilidades de expressão cantada e falada, utilizando técnicas orientais e ocidentais ou da sua própria invenção, algumas delas multifónicas e cobrindo um registo de quatro oitavas, sem para isso se socorrer de qualquer manipulação electrónica. O seu virtuosismo, no entanto, não a leva a fazer alarde de efeitos fáceis ou gratuitos.



«Diapasión» é um concerto-performance em que a música e a voz são acompanhadas por uma importantíssima e refinada componente gestual (por vezes coreográfica), teatral (em certas ocasiões cheia de humor) e poética. As obras incluídas neste espectáculo apoiam-se em efeitos visuais, figurinos e elementos cenográficos mínimos, que atingem a sua sofisticação máxima na projecção de um vídeo com quatro caras enormes (da própria Fátima encarnando quatro personagens diferentes), que cantam sincronizadas entre si e em interacção com a Fátima que canta e dança ao vivo



http://www.fatima-miranda.com/finalok/idiom.html