5.2.07

Vozes contra a globalização capitalista (série de 7 documentários em castelhano)

Uma série de 7 documentários produzida pela TVE ( Televisão espanhola), falados em castelhano, e que questionam o fenómeno da globalização


Documentário nº 1 – Os Senhores do Mundo

Sabes que existem multinacionais cujo volume de negócios é superior ao produto interior bruto de muitos países, tais como a Áustria e a Dinamarca?

Qual é a função dos paraísos fiscais que dão cobertura ao dinheiro sujo da corrupção e do crime? Porque é que se permite tais territórios, que são deixados fora da tutela de qualquer lei?
Qual é o verdadeiro papel de organizações como o FMI, o Banco Mundial, e a OMC? O que se passou na Argentina e que levou ao colapso do seu sistema financeiro?
Estes e outros temas são abordados no 1º documentário da série «Vozes contra a globalização».

Nesta série documental diversas vozes fazem-se ouvir como, por exemplo,o economista Jeremy Rifkin (EUA); o ecologista Ramón Fernández Durán (España); o relator das Nacões Unidas para a alimentação, Jean Ziegler (Suiça); o analista da globalização David Held (Grã-Bretanha); o director do Centro Tridimensional, Francois Hautart (Bélgica); o ex portavoz do Forum Social de Génova, Vittorio Agnolletto (Italia); o escritor Eduardo Galeano (Uruguay); o especialista em Química Atmosférica James Lovelock (Grã Bretanha); o etnólogo Jean Malaury (França); a ensayista Fatema Mernissi (Marrocos); o premio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel; o premio Nobel de Literatura, Jose Saramago (Portugal); o analista social José Vidal Beneyto; o activista francês José Bové; la vicepresidenta de Attac, Susan George; o ex-presidente da Unesco, Federico Mayor Zaragoza; o profesor de Ciencia Política Carlos Taibo, o historiador Jaume Botey o economista SAMI NAIR, o jornalista IGNACIO RAMONET, o activista JOSE BOVE, omúsico Manu Chão, o filósofo Toni Negri, etc, vozes essas que arremetem contra o actual modelo da globalização.
A série consta de 7 episódios sob a forma de documentário com a duração aproximada de 1 hora cada e é o resultado do trabalho do realizador e guionista da série, Carlos Estévez, que através de uma linguagem simples e directa tentam fazer a denúncia contra o domínio de uma única potência imperialista sobre o resto do mundo, assim como se denúncia a indústria do medo que se abateu sobre os cidadãos, muitos dos quais lutam, apesar de tudo, para que um outro mundo seja possível.


Para ver o 1º documentário linkar aqui


2º Documentário – A Estratégia de Simbad
Analisa-se aqui o actual panorama laboral no mundo, nomeadamente, as deslocalizações de empresas, as economias emergentes ( China e índia), a imigração, o declínio da sociedade de Bem-Estar na Europa, as privatizações dos direitos laborais, a precariedade social, a vitória da economia especulativa sobre a economia produtiva e a política económica neoliberal.

Para ver o 2º documentário linkar aqui


Neste episódio analisa-se se uma só potência mundial poderá governar o mundo e função dos seus interesses estratégicos, económicos e culturais.O fim do mundo bipolar não deu lugar a um mundo mais tranquilo e estável, com menos tensões e conflitos militares, antes pelo contrário, assistimos a uma vontade desmedida das grandes potências em exercerem o seu domínio e controle sobre os mais variados recursos, sempre com a ajuda das grandes multinacionais de armanento e do petróleo. Ao mesmo tempo que os neoconservadores impõem nos Estados Unidos as suas ideias e os seus ideólogos proclamam o fim das ideologias e da História, regista-se no alvores do século XXI a grandes demonstrações de força por parte dos poderosos do mundo cujo efeito imediato é desestabilizar regiões inteiras do mundo e criar uma sensação de insegurança mundial.

Fala-se aqui da pobreza e de como os valores individuais deixaram de ter a mínima importância em favor do consumismo mais desenfreado. Um não-consumidor é um indivíduo marginal, e tal como ele existem países e até continentes inteiros marginais. Fala-se não só como foi possível esta evolução como também de como os meios de comunicação de massas, nas mãos dos grandes grupos económicos, fomentam o consumismo e o chamado «pensamento único». Denuncia-se também o papel das farmacêuticas no actual estado da saúde global.
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Aborda-se desta vez a questão do aquecimento global, a extinção de milhões de espécies, e a insensibilidade dos plíticos e a indiferença dos cidadãos perante este fenómenos da maior grandeza. Reúnem-se aqui vários cientistas e economistas prestigiados que se mostram críticos face a esta globalização que pode colocar em perigo a própria espécie humana.
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Pela voz dos indígenas fala-se aqui da colonização económica e cultural, a uniformização cultural e as privatizações na América Latina


Neste sétimo e último episódio pergunta-se se afinal esse outro mundo que se procura é possível ou não será tão-só uma utopia.

Para ver o 7º episódio linkar aqui

Decálogo-profecia a favor de um novo velho teatro, por Alfonso Sastre

( e que foi distribuída com o drama «Ulalume» escrito por Alfonso Sastre, e inspirado nos últimos dias de Edgar Allan Poe, e que foi estreado no passado dia 27 de Janeiro em San Sebastian,)

1. Tenho que confessar desavergonhadamente que «Onde estás, Ulalume, onde estás?» é um drama que cuidei em inseri-lo na melhor tradição do teatro europeu e americano

2. A minha profecia é que voltará a haver no mundo «ocidental» um drama digno daquela tradição literária e que vai desde Sófocles s Brecht, passando por Shakespeare, Ibsen, O´Neill Y Pirandello.


3. Creio que voltará a haver grandes autores dramáticos e que a sua história ainda não terminou

4. Voltará a haver um Drama que intervirá na vida social e na história do pensamento

5. Um Drama que voltará a ser um jogo perigoso, ou seja, uma actividade poética

6. Um drama que voltará a ser uma actividade política. Naturalmente crítica da política profissional e das suas corrupções; ou seja, um teatro crítico.

7.Um teatro que voltará a ser uma séria e divertida investigação (exploração) da realidade

8. Um Drama que exaltará a vida humana como uma praxis negadora de toda a agonia entendida como um absoluto ( um Drama contra o ilustre legado de Samuel Beckett, digamos) e também e ao mesmo tempo com o mesmo objectivo de perseguição da complexidade, como uma agonia negadora de qualquer activismo de revés ( contra o falso legado dos discípulos de Brecht)

9. A história do Drama não terminou, pois; e pela mesma razão pela qual q pós-modernidade começa hoje a ser uma antiguidade. Esta história do Drama continuará seguramente nas pequenas salas, naquelas onde se projectará uma luz sempre renovada sobre a vida social.

10. Nós acompanhamos hoje quase apologeticamente o nosso herói irrisório, Edgar Allan Poe, na sua morte histórica e na sua contínua ressurreição, também histórica. Esta é a pequena luz que agora acendemos neste palco em que nos encontramos, com a nossa agonia e a nossa praxis, ou seja, com a nossa praxis e a nossa agonia, à altura do nosso tempo

Tempos Modernos de Chaplin foi estreado a 5 de Fevereiro de 1936

Em 5 de Fevereiro de 1936, Charlie Chaplin lançava "Tempos Modernos" nos cinemas norte-americanos. Chaplin dirigiu o filme e interpretou o papel principal. Na Alemanha e na Itália, a película "de tendência comunista" foi proibida.

Na comédia Tempos Modernos, o autor, realizador e actor Charles Spencer Chaplin parodiava as facetas nefastas da crise económica mundial e da nova fase da industrialização. Gente lutando contra máquinas, a exploração, a necessidade extrema. No centro da história, alguém tenta sobreviver aos difíceis tempos: um vagabundo, com chapéu de coco, bigode, sapatos enormes e bengala.


Devido aos seus filmes de humor sofisticado, Charlie Chaplin pode ser considerado ainda hoje o comediante mais famoso de todos os tempos do cinema. Ele recusava, porém, a imagem que faziam dele em função de seu trabalho.
"As pessoas dizem que sou uma pessoa alegre. Não sou de jeito algum. Sou um homem bem sério. Com frequência não sei como devo expressar alguma coisa. Por isso os meus filmes são sempre tão longos. E o mais difícil é dar-lhes a aparência de simples."


Chaplin precisou de quatro anos para concluir Tempos Modernos. O filme tornou-se um momento de ruptura na sua carreira. Pela última vez, o artista levava para as telas o seu legendário vagabundo. E este entrou para a história do cinema como seu derradeiro filme mudo.

Pouco tempo antes as películas haviam ganhado som. Mesmo assim, Chaplin confiou mais uma vez na sua muda arte da pantomima, restringindo a sonorização à música e efeitos sonoros. Somente um personagem podia falar: o dono da fábrica, que vigiava seus operários através de uma gigantesca parede de projecção.

"Pavilhão Número 5 está trabalhando muito devagar! Dobrem a velocidade! Capataz, os parafusos estão frouxos demais. Verifique o que está acontecendo! Ei, aqui não é lugar de se fumar, mas para trabalhar!", ditava ordens o patrão, interpretado por Alan Garcia.

Cenas inesquecíveis – O pequeno vagabundo, auxiliar na linha de montagem, aperta os parafusos muito devagar. De repente, fica preso numa peça na esteira rolante e é arrastado para dentro de uma enorme engrenagem da máquina. Mais uma cena de Chaplin que entrou para a história do cinema. Tempos Modernos é antes uma sequência de cenas engraçadas isoladas do que grande roteiro dramático.

"Bom dia, meus senhores e minhas senhoras, aqui fala o vendedor automático. Eu tenho a honra de apresentar-lhes o Sr. John Billows, inventor da máquina automática de alimentação. O aparelho é uma invenção genial para se comer automaticamente. Os senhores economizam o intervalo do almoço e dão um golpe na concorrência", anuncia a nova máquina.

Mas golpe mesmo sofre apenas o pequeno vagabundo. Tendo justamente ele como cobaia, a máquina vai ser testada em dar de comer e ao fazêlo sai fora do controle, dá um banho de sopa ao protagonista, alimenta-o com parafusos e surra-o com o mecanismo que deveria limpar a sua boca. O público na pré-estreia, a 5 de Fevereiro de 1936, no cinema Rivoli de Nova York, fica deslumbrado.

A música de Tempos Modernos também deve-se às ideias de Chaplin. A sua voz pode ser igualmente ouvida no filme. Num restaurante, o pequeno vagabundo deve entreter os fregueses com uma canção. No momento decisivo, ele esquece a letra, canta algo absurdo, improvisado, misturando idiomas, e vai de novo para a rua. Mais um trabalho sem sucesso.

Mensagem política ou pura diversão? - "Eu acho que passar mensagens é muito problemático. Elas podem ser indignas. Podem até mesmo serem ridículas. Não acredito em mensagens", comentou certa vez ao falar de Tempos Modernos.

Chaplin não via seu último filme mudo como uma sátira política, mas como entretenimento.
Mesmo assim, o governo americano sentiu-se incomodado, assim como os governos nazi da Alemanha e fascista da Itália, que proibiram a exibição da película. Após novos filmes e anos de atritos com o governo dos EUA, o artista britânico deixou o país que escolhera para viver, retornando à Europa.

Somente décadas depois Hollywood reconheceria o mérito das obras do criador do vagabundo. Em 1971, Chaplin, já com 83 anos, recebeu um Óscar pela sua "incalculável contribuição ao cinema".