2.9.06

Os livros malditos das Edições Afrodite (como «A Filosofia na Alcova», do Marquês de Sade)



http://editora-afrodite.blogspot.com/

Surgiu neste Verão um novo weblog dedicado à editora Afrodite que desempenhou um relevante papel durante a última década ( começou a sua actividade em 1965) do fascismo português, tendo editado livros e autores malditos, o que lhe provocou a ira e a perseguição dos esbirros ao serviço do regime político anterior


Reproduzimos o primeiro post ( com data do passado 7 Julho) do referido weblog:

"Com a publicação integral do "Kâma Sûtra - Manual do Erotismo Hindu", iniciou-se em 1965 a Colecção Afrodite, que marca o começo da actividade de Fernando Ribeiro de Mello / Edições Afrodite, entre nós precursora e única, até ao 25 de Abril, na tentativa de divulgar certo tipo de obras "malditas" pela sacristia político-cultural em que os portugueses iam existindo e asfixiando.Conforme eram lançadas, todas as edições desta Colecção foram imediata e inquisorialmente apreendidas pela Polícia Judiciária e pela PIDE-DGS e, duas delas, até acusadas, julgadas e condenadas pelo fogo fascista do Tribunal Plenário de Lisboa." Texto na badana da edição: O Supermacho, Alfred Jarry, Edições Afrodite / Fernando Ribeiro de Mello - 1975.


Recordamos, entretanto, quais foram as principais obras editadas pela edições Afrodite:

Na Colecção Afrodite


-Kama-Sutra: Manual do Erotismo Hindú, séc. v d. c. - Vatsyayana, 1965
-Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica: dos cancioneiros medievais à actualidade – Selecção, prefácio e notas de Natália Correia e ilustrações de Cruzeiro Seixas, 1966
-A Filosofia na Alcova - Marquês de Sade – Tradução de António Manuel Calado Trindade, prefácios de David Mourão-Ferreira e Luiz Pacheco, ilustrações de João Rodrigues, 1966
-Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica: dos cancioneiros medievais à actualidade – Selecção, prefácio e notas de Natália Correia, edição “pirata” com selo do Rio de Janeiro, 19??
- A Vénus de Kazabaika - Leopold von Sacher Masoch, 1966
-Cara Lh Amas: Poemas eróticos e sarcásticos - E. M. de Melo e Castro, 1975
-O Supermacho - Alfred Jarry, 1975
-Antologia de Poesia Latina Erótica e Satírica, 1975
-Poesia Portuguesa Erótica e Satírica dos séc. xviii – xix, 1975
-A Filosofia na Alcova - Marquês de Sade – Tradução de Manuel João Gomes, 1976

Outros:

-Lugar de Massacre - José Martins Garcia, 1975
- Erros Meus, Má Fortuna, Amor Ardente - Natália Correia, 1981
- Peregrinação & Cartas – Fernão Mendes Pinto, 1989, 2 vol

Na Colecção Antologia

- Antologia do Conto Fantástico Português, 1967
- Antologia do Humor Português, 1969
-Antologia do Conto Abominável, 1969
-Antologia do Humor Negro – André Breton, 1973
-Antologia, De Fora Para Dentro, 1973
-Nova Recolha de Provérbios e Outros Lugares Comuns Portugueses, 1974
-Antologia do Conto Fantástico Português, 2ª edição: com revisão, anotações e prefácio de E. M. de Melo e Castro, 1974
-O Sexo da Moderna Ficção Científica – antologia de autores franceses, 1976

Na Colecção Clássicos

- Arte de Furtar – Anónimo do séc. xvii, 1970
- Peregrinação – Fernão Mendes Pinto, 1971, 2 vol.
- História Trágico-Marítima – Bernardo Gomes de Brito, 1972, 2 vol.
- Grande livro de S. Cipriano ou os tesouros do feiticeiro – S. Cipriano, ?
- O Manual dos Inquisidores – Nicolau Emérico, 1972
-O Processo dos Távoras: A Expulsão dos Jesuítas, Conselho de Ministros de D. José I, 1974
- Sobre as Feiticeiras – Jules Michelet, 1974

Na Colecção Ensaio/Documentos
Nº1 - Anti-Duhring: Ou a subversão da ciência pelo sr. Eugénio Duhring Frederico Engels, 1971
Nº 2 - A Sociedade do Espectáculo – Guy Debord, 1972·
Nº 3 - Teatro Vanguarda: Revolução e Segurança Burguesa – Fernando Luso Soares, 1973

Na Colecção Extra-Colecção

-Aventuras de Alice no País das Maravilhas - Lewis Carrol, 1971
-Apocalipse do Apóstolo João, 1972
- As Crianças Falam, 1973
- A Malcastrada - Emma Santos, 1975
- Do General ao Cabo Mais Ocidental – Álvaro Guerra, 1976

Na Colecção Antologia de Vanguarda

-4 Autores da Novela Portuguesa Contemporânea – Sá-Carneiro, Almada, Manuel de Lima, Luíz Pacheco, ?

Colecções Autores I e II

- Alecrim, alecrim aos molhos... - José Martins Garcia, 1974
- O Uso e o Abuso – Armando Silva Carvalho, 1976
- O Encoberto – Natália Correia, 1977
- Revolucionários e Querubins - José Martins Garcia, 1977
- Textos Malditos - Luíz Pacheco, 1977

Na Colecção Sagir

- O Vinho e a Lira – Natália Correia, ?
- Insofrimento In Sofrimento, José Carlos Ary dos Santos, 1970

Na Colecção Cabra Cega (Infantil)
1 – Conversas Com Versos – Maria Alberta Menéres, 1968

2 – Afinal o Castelo Era Verdade – Júlio Moreira, 1968
3 – Os Quatro Corações do Coração – Ricardo Alberty, 1968
4 – Perrault Vai Contar – Maria Alberta Menéres, ?
5 – Histórias Com Juízo – Mário Castrim, ?
6 – Giroflé Giroflá – Alice Gomes, 1970
7 – Histórias de Bichos em África – Tais Ribas, 1970
8 – Ulisses – Maria Alberta Menéres, 1972
9 – A Nuvem e o Caracol – António Torrado, 1972
10 – Uma Rosa Na Tromba de Um Elefante – António José Forte, 1971
11 – Pinguim em Fundo Branco – António Torrado, 1973

Das colecções Guias, Documentos, Doutrina/Intervenção, destacamos alguns ensaios e documentos editados a partir de 1974, até início dos anos 80.

- Guia Prático do Trabalhador Português – Marcelo Curto, 1974 (Guias)
- A Metafísica do Sexo, Julius Evola, 1976
- 26 Anos na União Soviética, notas de exílio do “Chico da C.U.F” – Francisco Ferreira, 1975 (Documentos)
- A Vida Sexual de Robinson Crusoé – Michel Gall, 1978
- O Pequeno Livro Vermelho do Estudante – Soren Hansen e Jesper Jensen, 1977 (Guias)
- Mein Kampf – Adolf Hitler, 1976 (Doutrina / Intervenção)
- Os Normalizados – Christian Jelen, 1978 (Doutrina / Intervenção)
- Liberdade Para José Diogo, 1975 (Documentos)
- O Processo das Virgens: aventuras, venturas e desventuras sexuais em Lisboa, nos últimos anos do fascismo, 1975 (Documentos)


Por último refira-se que um dos livros editados que mais celeuma terá porventura provocado, dando origem inclusivamente a um processo judicial, foi a Filosofia na Alcova, do Marquês de Sade. Para mais informações sobre esta obra e muito mais consultar o:

http://editora-afrodite.blogspot.com/

Manifestação contra a Central Nuclear de Almaraz, junto ao Tejo ( dia 9 de Setembro)



Marcha até ao portão da Central Nuclear de Almaraz depois da Concentração.

Almaraz fica na província de Cáceres na Extremadura, que faz fronteira com os distritos de Castelo Branco e Portalegre do lado português.

A Central em questão, tem tido incidentes com regularidade, o último dos quais em Junho, tendo-se na altura, e nos arredores da Central, medido níveis de radioactividade superiores ao permitido. Estes incidentes têm passado despercebidos do lado de cá da fronteira, isto apesar de no caso de haver um acidente grave, sermos dos primeiros a ser afectados.

Convocan: Plataforma Antinuclear Cerrar Almaraz, Plataforma de Afectados por la Central Nuclear de Almaraz, ADENEX, CGT, CNT-Cáceres Norte, CNT-AIT-Mérida, IU-Extremadura, Ecologistas en Acción - Extremadura, Asociación Comarcal Jóvenes del Valle del Jerte, CEFNA.

http://www.ecologistasenaccion.org/article.php3?id_article=5460

Novo Tempo


Novo Tempo ( letra de Ivan Lins)


No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos crescidos, estamos atentos, estamos mais vivos
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigos
Da força mais bruta, da noite que assusta, estamos na luta
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
Pra que nossa esperança seja mais que a vingança
Seja sempre um caminho que se deixa de herança

No novo tempo, apesar dos castigos
De toda fadiga, de toda injustiça, estamos na briga
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver

No novo tempo, apesar dos castigos
Estamos em cena, estamos nas ruas, quebrando as algemas
Pra nos socorrer, pra nos socorrer, pra nos socorrer

No novo tempo, apesar dos perigos
A gente se encontra cantando na praça, fazendo pirraça

Começar De Novo ( letra de Ivan Lins)


Começar de novo
e contar comigo.

Vai valer a pena
ter amanhecido.


Ter-me rebelado.
Ter-me debatido.

Ter-me machucado.
Ter sobrevivido.

Ter virado a mesa.
Ter-me conhecido.

Ter virado o barco.
Ter-me socorrido.

Começar de novo
e contar comigo.


Vai valer a pena
ter amanhecido.

Sem as tuas garras,
sempre tão seguras.

Sem o teu fantasma.
Sem tua loucura.

Sem tuas esporas.
Sem o teu domínio.

Sem tuas esporas.
Sem o teu fascínio.
Começar de novo
e contar comigo.


Vai valer a pena
já ter te esquecido.


Começar de novo.

Somos todos iguais nessa noite (Ivan Lins)

Somos todos iguais nessa noite
Na frieza de um riso pintado
Na certeza de um sonho acabado
É o circo de novo

Nós vivemos debaixo do pano
Entre espadas e rodas de fogo
Entre as luzes e a dança das cores
Onde estão os atores?
Pede à banda pra tocar um dobrado

Olha nós outra vez no picadeiro
Pede à banda pra tocar um dobrado

Vamos dançar mais uma vez
Pede à banda pra tocar um dobrado
Vamos entrar mais uma vez

Somos todos iguais nessa noite
Pelo ensaio diário de um drama
Pelo medo da chuva e da lama
É o circo de novo

Nós vivemos debaixo do pano
Pelo truque mal feito dos magos
Pelo chicote dos domadores
E o rufar dos tambores